NOVA FROTA
''Vamos comprar alguns aviões'', diz Lula após incidente com Aerolula
O presidente afirmou nesta sexta-feira (11/10) que vai comprar novo avião para a Presidência da República, além de aeronaves para uso dos ministros de Estado
Publicado em: 11/10/2024 13:25
Avião da Presidência é um Airbus A-319 comprado durante seu primeiro mandato e que possui 18 anos de uso, apelidado de Aerolula (Crédito: Ricardo Stuckert/PR) |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta sexta-feira (11/10) que vai comprar não apenas um novo avião presidencial, mas também outras aeronaves para uso dos ministros de Estado. Segundo o petista, autoridades brasileiras não podem passar por um susto como o ocorrido em voo no México, na semana passada.
Ele argumentou ainda que a compra não é para benefício próprio, mas para todos os que ocuparem a cadeira da Presidência. E contou detalhes sobre o incidente, quando um dos motores do avião falhou e a aeronave precisou voar em círculos por mais de cinco horas.
"Desse problema nós tiramos uma lição: nós vamos comprar não apenas um avião, mas é preciso comprar alguns aviões", declarou Lula em entrevista à Rádio O Povo/CBN de Fortaleza, Ceará. "Não dá para a gente ser pego de surpresa, então nós vamos nos preparar", acrescentou.
O presidente pediu ao ministro da Defesa, José Múcio, que apresente um plano para a compra de novos aviões. Além de um para a Presidência da República, ele quer comprar outras aeronaves para transportar seus ministros. "A gente não governa o Brasil com os ministros coçando lá em Brasília", pontuou.
Lula pediu estudos para a troca da aeronave presidencial ainda em 2023. Ele reclama do espaço, da autonomia de voo e do estado do atual avião, um Airbus A-319 comprado durante seu primeiro mandato e que possui 18 anos de uso, apelidado de Aerolula. Dentre as opções estavam a compra de uma nova aeronave e a adaptação de um Airbus A-330 da Força Aérea Brasileira (FAB) para uso do presidente.
Porém, a ideia foi questionada pela oposição, que acionou a Justiça para pedir explicações sobre o estudo. O preço mínimo estimado para a operação seria de R$ 400 milhões. Lula abandonou então a troca, mas a discussão foi retomada após a falha no motor do Aerolula.
O chefe do Executivo afirmou que, quando comprou a aeronave atual, escolheu a menor e mais barata, mas que não vai fazer o mesmo desta vez. "Eu, aos 79 anos de idade, superei isso. Porque é o seguinte: um presidente da República tem que se respeitar. A instituição tem que ser respeitada. E o Brasil é muito grande, então a gente não precisa que o presidente da República corra risco", justificou.
O presidente rebateu ainda, na entrevista, as críticas sobre a compra. "Um avião para o presidente da República não é um avião para o Lula, ou para o Fernando Henrique Cardoso, ou para o (Jair) Bolsonaro, ou para quem for o presidente. Não. O avião para o presidente da República é para a instituição da Presidência da República, quem quer que seja eleito presidente", argumentou.
Susto e ''brincadeira estúpida''
O petista contou durante a entrevista como foi o incidente no México. Disse que já passou por outras falhas em aviões, como pousos sem os flaps — mecanismos das asas que aumentam a sustentação em momentos de baixa velocidade — e fogo nos pneus da aeronave, mas nunca algo como a falha no motor.
Lula também relatou que já havia um barulho diferente na aeronave no momento da decolagem, mas que houve estrondo e tremor quando estava no ar. Após os pilotos contornarem a situação, a aeronave voou em círculos por mais de cinco horas para queimar combustível antes de poder pousar.
O presidente comentou que, ainda no ar, mandou servir comida aos seus convidados — dentre eles o indicado à presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, quatro ministros e duas senadoras — e fez uma brincadeira de mau gosto.
"Até fiz uma brincadeira estúpida, dizendo que era preciso comer, porque a gente não sabia se ia ter comida no céu. Então vamos comer agora enquanto tem aqui. Graças a Deus, o avião pousou normal", revelou. Ele disse ainda que teve tempo de "repensar sua vida", assim como os demais presentes no voo.
As informações são do Correio Braziliense.
Mais notícias
Mais lidas
ÚLTIMAS