SÃO PAULO
Boulos afirma que Nunes é pai do apagão de São Paulo
Em segunda entrevista, devido a desistência do opositor, Ricardo Nunes (MDB), Boulos fala sobre apagão, jogo político, saúde e celular nas escolas
Publicado em: 17/10/2024 14:54
Em segunda entrevista, devido a desistência do opositor, Ricardo Nunes (MDB), Boulos fala sobre apagão, jogo político, saúde e celular nas escolas (Crédito: Reprodução/Folha de S.Paulo) |
O que deveria ter sido um debate do UOL/Folha/RedeTV!, nesta quinta-feira (17/10), se tornou uma entrevista do candidato Guilherme Boulos (PSOL). Com a desistência de Ricardo Nunes (MDB), ainda no início da madrugada de hoje (17), por agenda extraordinária com o governador de São Paulo, o candidatode esquerda teve uma hora de entrevista concedida pelas regras do debate.
A sabatina foi iniciada com as mediadoras, Amanda Klein da RedeTV! e Fabíola Cidral do UOL, falando sobre a desistência do atual prefeito. Klein ainda lembrou que o acordo sobre as regras do evento já tinha sido assinado pela equipe do emedebista. “Queremos destacar que o staff do candidato já havia confirmado a participação neste debate, inclusive assinando previamente o acordo com os regramentos do evento”, afirmou Amanda. A mediadora também lamentou que a reunião não pudesse ter sido feita em outro horário além do previsto para o embate.
Guilherme Boulos em sua fala inicial, aproveitou para atacar o prefeito e o governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmando que Nunes é um fantoche de Freitas. “É lamentável, inclusive, ele se esconder embaixo da saia do Tarcísio. Meu adversário não é o Nunes, ele é um fantoche que representa interesse políticos de um projeto do governador que quer ter uma base aqui na capital pra usar de trampolim para deixar o governo e tentar a presidência”, frisou sobre a falta do rival.
Boulos também anunciou que o emedebista também cancelou a sua participação do debate do SBT que seria nesta sexta-feira (18) e que no lugar, irá debater com o povo. “Amanhã teria mais um debate no SBT e, mais uma vez, ele já cancelou. Hoje eu vim aqui, mas amanhã eu vou debater com você. Quero convocar a todos, amanhã às 10h na Praça Ramos, em frente a escadaria do Teatro Municipal. Vai ter meu púlpito e o púlpito do povo e vou responder pergunta de todos que aparecerem lá”, informou.
A sabatina
O tema principal da entrevista, que consumiu a maior parte do tempo de uma hora de fala do candidato do PSOL foi o apagão. Em inúmeros momentos, Boulos afirmou que Nunes também tinha culpa sobre a situação que ainda assola cerca de 60 mil imóveis na cidade.
“Essa crise de apagões em São Paulo só vai acabar quando a gente tirar a Enel daqui e o Nunes da prefeitura. Esse apagão tem mãe e pai. A mãe é a Enel, uma empresa horrorosa, que presta um péssimo serviço e que, aliás, é uma excelente resposta para aqueles que acreditam que privatização é a solução para todos os problemas. Uma empresa privada que assumiu, piorou o serviço, tornou a conta mais cara, demitiu funcionários e por isso demora mais para restabelecer a energia”, criticou.
O deputado federal ainda apresentou um documento, um termo aditivo ao convênio com a Enel, assinado em junho entre prefeitura e a distribuidora de energia onde a prefeitura de São Paulo assumia integralmente a retirada de árvores na cidade, deixando a responsabilidade compartilhada apenas para a poda.
Boulos ainda lembrou que a Aneel é responsável pela caducidade do convênio da Enel, mas que a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) é quem deveria fiscalizar o serviço na Enel no estado. “A responsabilidade de fiscalização é da Arsesp, com conselheiros e presidentes indicados pelo Tarcísio”, ressaltou o candidato.
Após o apagão
Os jornalistas também provocaram Boulos sobre a parcela de culpa do governo federal, mas ele foi claro. “Ele (Nunes) não poda, não retira, não faz zeladoria e a culpa do apagão é do vento, da chuva e do Lula”, respondeu. Sobre o enterramento, o deputado disse que pretende uma parceria com o governo federal para aterrar a fiação elétrica nas áreas mais vulneráveis nos últimos apagões na cidade. E complementou afirmando usar tecnologia já existente para monitorar a saúde das árvores e retirá-las antes da prefeitura receber reclamação da população.
No restante da entrevista, temas como pesquisas eleitorais, indicações a cargos políticos, zerar a fila da saúde, jogo político e celular nas escolas foram abordados. Sobre os resultados dos estudos, Boulos afirmou
que não estava ali para fazer uma “análise política” e criticou os jornalistas por insistirem no tema, já que para o candidato, a população deveria ouvir as suas propostas, já que não houve debate.
Ao responder sobre a negociação política com a câmara legislativa que tem maioria de direita, o deputado lembrou seus três projetos aprovados com votos da direita e do centro. “O fato de ser adversário político, não representa que não vai trabalhar junto”, explicou. E sobre os cargos, o candidato do PSOL afirmou não trabalhar para isso, deixando implícito que nunca houve o convite.
Sobre o tema do banimento de celulares nas escolas, Guilherme Boulos disse que é à favor da restrição em sala de aula, mas que defender o “como” deve ser feito, porque o celular e a internet podem ser usados como ferramentas de buscas atualmente. E por fim, sobre a saúde, o candidato afirmou ter estudado o tema com especialistas e mapeou 16 regiões onde a situação das filas são mais urgentes. O plano do candidato é alugar imóveis nessas regiões e criar centros de diagnósticos. “Dessa forma iremos zerar a fila de exames em São Paulo”, afirmou convicto.
As informações são do Correio Braziliense.
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