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INVESTIGAÇÃO

Ramagem afirma que gravou reunião a pedido de Jair Bolsonaro

Ex-diretor da Abin disse que temia alguma proposta ilícita por parte das advogadas de Flávio Bolsonaro. Eles discutiram plano para blindar filho do ex-presidente em investigação

Publicado em: 18/07/2024 22:54


Ramagem na mira da PF: ele era chefe da Abin na época dos grampos  (foto: Ed Alves/CB/DA.Press)
Ramagem na mira da PF: ele era chefe da Abin na época dos grampos (foto: Ed Alves/CB/DA.Press)

Em depoimento à Polícia Federal, o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), disse que gravou a reunião de Jair Bolsonaro com as advogadas do senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) a pedido do próprio ex-presidente. Ele prestou esclarecimentos, ontem, por quase 7 horas, na sede da PF do Rio de Janeiro. 

 

Segundo Ramagem, a gravação serviria de prova, caso existisse alguma proposta ilícita por parte das advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach. O encontro ocorreu em 25 de agosto de 2020. O então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Augusto Heleno, também participou da reunião. 

 

A queda do sigilo da gravação mostrou que Jair Bolsonaro discutiu com aliados sobre um plano para blindar Flávio no inquérito em que ele foi denunciado por um suposto esquema de "rachadinha" (desviar recursos de seu gabinete) na época em que o congressista era deputado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

 

 

 

O plano deles consistia em descredibilizar os auditores da Receita Federal envolvidos no processo contra o filho do ex-presidente. Na gravação, Ramagem propõe abrir procedimentos administrativos contra os auditores fiscais que investigaram o senador para anular as investigações, e Bolsonaro concorda. A estratégia foi posta em prática, e o processo contra Flávio foi arquivado em 2022. 

 

O áudio foi liberado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e faz parte da investigação da chamada Abin Paralela, que apura uso do órgão para espionagem ilegal durante o governo Bolsonaro.

 

 

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