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Em telefonema, Lula e Biden reforçam pedido por atas das eleições na Venezuela

A ligação entre os presidentes durou cerca de 30 minutos e foi agendada pelo presidente americano. Lula ainda cumprimentou o líder americano caracterizando como "magnânima" a decisão de desistência à corrida eleitoral

Publicado em: 30/07/2024 19:54


Lula e Biden conversaram ao telefone por cerca de 30 minutos
 (foto: Ricardo Stuckert/PR)
Lula e Biden conversaram ao telefone por cerca de 30 minutos (foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone, na tarde desta terça-feira (30/07), no Palácio do Planalto, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para tratar sobre a eleição presidencial na Venezuela, ocorrida no último domingo (28/07). 

 

A assessoria do Planalto deu detalhes sobre a conversa. Durante a ligação, que durou cerca de 30 minutos, Biden reforçou a importância da divulgação das atas da eleição venezuelana. Já o brasileiro informou estar recebendo informações através do enviado ao país, o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim. Lula deu detalhes das reuniões que Amorim participou com Maduro e com a oposição venezuelana, que contesta o resultado divulgado e acusa Maduro de fraudar o pleito para se reeleger.

 

“Lula observou que tem mantido acompanhamento permanente do processo eleitoral por meio de seu Assessor Especial, Celso Amorim, enviado a Caracas. Informou que Amorim esteve com Nicolás Maduro e Edmundo González Urrutia e reiterou a posição do Brasil de seguir trabalhando pela normalização do processo político no país vizinho, que terá efeitos positivos para toda a região”, informou um trecho da nota.

 

Lula reiterou que é fundamental a publicação das atas eleitorais do pleito ocorrido no último domingo. Biden concordou com a importância das divulgações das atas”, completou o documento.

 

Em um comunicado divulgado pela Casa Branca, Biden agradeceu Lula “por sua liderança na Venezuela” e afirmou que o resultado das eleições venezuelanas “representa um momento crítico para a democracia no hemisfério”. 

 

“Os dois líderes concordaram na necessidade de divulgação imediata de dados eleitorais completos, transparentes e detalhados ao nível das assembleias de voto pelas autoridades eleitorais venezuelanas. Ambos partilharam a perspectiva de que o resultado das eleições venezuelanas representa um momento crítico para a democracia no hemisfério e comprometeram-se a permanecer em estreita coordenação sobre a questão”.

 

O Brasil ainda não emitiu um posicionamento sobre o reconhecimento das eleições. Na segunda-feira (29), o Itamaraty afirmou que aguarda a divulgação de dados oficiais.

 

Hoje, Lula se pronunciou pela primeira vez sobre o resultado da eleição presidencial na Venezuela. O chefe do Executivo disse que “não tem nada de grave e assustador” no resultado do pleito e que, para “resolver a briga”, é preciso que o governo de Nicolás Maduro apresente as atas. Na noite de segunda-feira (29), o PT divulgou uma nota em que reconhece a vitória de Nicolás Maduro nas eleições da Venezuela.

 

 

 

Biden no G20

 

No telefonema, Biden ainda confirmou presença na Cúpula do G20 em novembro no Rio de Janeiro e mencionou que “as economias dos dois países estão indo bem e que a parceria entre Brasil e EUA deve continuar a crescer”.

 

Lula convidou Biden para participar da reunião dos países democráticos contra o extremismo, que será realizada em setembro, em Nova York, à margem da Assembleia Geral da ONU.

 

O brasileiro também cumprimentou o líder americano, caracterizando como “magnânima” a decisão de desistência à corrida eleitoral. “Ao finalizar a ligação, o presidente brasileiro cumprimentou Biden pela “magnânima” decisão quanto ao processo eleitoral americano e desejou sucesso para a democracia do país nas eleições presidenciais em novembro”.

 

Em nota, a Casa Branca reiterou ainda o interesse em aprofundar a cooperação entre o Brasil e os EUA na aceleração da transição para as energias limpas, além de continuar a promover a Parceria para os Direitos dos Trabalhadores, lançado na Assembleia Geral das Nações Unidas.

 

 

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