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ELEIÇÕES

Contrariando Túlio Gadelha, dirigente do Rede lança seu nome para vice de Dani Portela

Alice Gabino quer chapa de mulheres negras disputando as majoritárias no Recife em outubro

Publicado em: 09/04/2024 18:03 | Atualizado em: 09/04/2024 19:12

Alice Gabino e Dani Portela, uma das possíveis chapas do PSOL/Rede para a Prefeitura do Recife (Divulgação)
Alice Gabino e Dani Portela, uma das possíveis chapas do PSOL/Rede para a Prefeitura do Recife (Divulgação)
O nome da deputada estadual Dani Portela (PSOL) como candidata à prefeitura do Recife pela federação PSOL/Rede parece cada vez mais certo após a coordenadora de ativismo da Rede Sustentabilidade, Alice Gabino, se colocar à disposição para compor a chapa como vice - mais uma pedra no caminho da candidatura do correligionário Túlio Gadelha (Rede).

O deputado federal lançou sua pré-candidatura ao executivo da capital pernambucana com apoio da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima Marina Silva (Rede), e do PDT. No estado, os pedetistas caminham ao lado do PSB e do prefeito João Campos em aliança reforçada após o apoio a Zé Queiroz em Caruaru, também apoiado por Gadelha apesar da ausência de uma posição de sua federação.

No entanto, a federação só pode colocar uma chapa no pleito, e a inscrição de Gabino para vice de Portela escancara ainda mais o isolamento de Gadelha - história que já vem desde as eleições de 2022, quando divergiu da posição oficial dos partidos e apoiou a então candidata Raquel Lyra (PSDB) para o Governo do Estado, e se intensificou em 2023 após tensão com bloco histórico fundador da Rede na eleições dos porta-vozes nacionais da legenda, episódio que o colocou em conflito com a própria Alice Gabino.

Em sua carta de inscrição, a ex-candidata a vice-governadora ressaltou seu compromisso em se manter oposição à Raquel Lyra e repudiou projetos alinhados à governadora.

“Não nos cabe flexibilização ou adesões e flertes com projetos que sejam apadrinhados pela força da governadora Raquel Lyra. Faz-se urgente o exercício da coerência e coragem em defesa da democracia, e daquelas e daqueles que mais precisam em nosso estado e na cidade do Recife”, escreveu Gabino.

Se dependesse de votos, Túlio Gadelha estaria em desvantagem. O PSOL detém a maioria na federação, e o nome de Portela é ponto pacífico de acordo com o dirigente municipal Thiago Carvalho, enquanto a minoria da Rede diverge sobre apoiá-lo e se alinhar com a governadora Raquel Lyra. Atualmente, Dani Portela é a líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Entretanto, a decisão da chapa nos municípios com mais de 200 mil habitantes deve ser tomada no dia 15 de abril pelas direções nacionais da federação, onde Túlio Gadelha agrega alianças como a ministra Marina Silva.

Chapa de mulheres negras

Em sua inscrição, Gabino ressalta a necessidade de candidaturas femininas e negras na capital pernambucana ao justificar seu apoio à Portela. “Recife é uma cidade com sua maioria populacional sendo mulheres e com o recorte de raça preponderantemente negro. É preciso que o povo recifense se veja representado nos espaços de tomada de decisão”, afirmou.

“Temos a clareza que a Federação PSOL/Rede tem a condição e responsabilidade real de quebrar o ciclo do patriarcado e eleger uma prefeita e uma vice-prefeita que representam a cor, o gênero e as histórias de luta e superação do povo recifense”, seguiu.

Adiantando pautas que devem ser abraçadas como prioridade pela chapa, Gabino comentou sobre segurança, mudanças climáticas, e desigualdade - tema que deve ganhar protagonismo nos debates eleitorais.

“O modelo de gestão que não consegue tirar Recife da marca de 2ª capital com maior desigualdade no Brasil, ainda tem como desafios erradicar a desigualdade social, alavancar a empregabilidade, assegurar que as juventudes periféricas, negras e diversas tenham condições de oportunidade e vida em nossa cidade, bem como, colocar as mulheres como prioridade no orçamento do município garantindo uma efetiva participação das mulheres na cena de desenvolvimento socioeconômico do Recife”, disparou.

“Não podemos continuar oferecendo para a população recifense uma cidade desigual, ambientalmente insustentável e humanamente insegura para se viver”, disse Gabino.

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