CRISE DIPLOMÁTICA

Chanceler de Israel a Lula: ''Milhões de judeus estão à espera de desculpas''

Israel Katz, ministro das Relações Exteriores de Israel, classificou a fala de Lula como "promíscua" e ''delirante'', além de uma ''vergonha para o Brasil''

Publicado em: 20/02/2024 13:58 | Atualizado em: 20/02/2024 14:06

Segundo Israel Katz, o presidente Lula continuará como persona non grata até que peça desculpas publicamente por comparação entre Israel e Alemanha nazista (Crédito: AHMAD GHARABLI/AFP)
Segundo Israel Katz, o presidente Lula continuará como persona non grata até que peça desculpas publicamente por comparação entre Israel e Alemanha nazista (Crédito: AHMAD GHARABLI/AFP)

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, voltou a exigir nesta terça-feira (20/2) um pedido de desculpas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela fala comparando as ações de Israel na Faixa de Gaza à Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

 

Para Katz, a comparação feita pelo presidente brasileiro é "promíscua" e "delirante", e uma "vergonha para o Brasil". O chanceler disse ainda que não é tarde para Lula pedir desculpas e reiterou que, até lá, o presidente brasileiro continua sendo persona non grata em Israel. A nova declaração tem o potencial de acirrar a crise diplomática.

 

"Milhões de judeus em todo o mundo estão à espera do seu pedido de desculpas. Como ousa comparar Israel a Hitler?", escreveu Katz, em português, na sua conta do X (antigo Twitter), marcando o presidente Lula. "Que vergonha. Sua comparação é promíscua, delirante. Vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros. Ainda não é tarde para aprender História e pedir desculpas. Até então, continuará sendo persona non grata em Israel!", completou.

 

Israel age em defesa, diz chanceler

 

No texto, o ministro israelense cita que Adolf Hitler criou campos de concentração e matou milhões de pessoa a tiros ou nas câmaras de gás. "Uma indústria de extermínio de judeus, de forma ordeira e cruel", enfatizou. Ele classificou ainda os membros do grupo extremista Hamas como "os novos nazistas", e defendeu que Israel agiu de forma defensiva.

 

"Eles assassinaram uma garota em uma cadeira de rodas. Eles sequestraram bebês. Se não tivéssemos um exército, eles teriam assassinado mais dezenas de milhares", afirmou Katz.

 

Israel enfrenta uma crise no cenário global, sendo criticado pela resposta exagerada ao ataque do Hamas, que matou cerca de 1,2 mil pessoas. Os ataques na Faixa de Gaza, por sua vez, mataram mais de 30 mil palestinos. Mesmo aliados históricos, como os Estados Unidos, já criticam a reação israelense.

 

As informações são do Correio Braziliense

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