8 DE JANEIRO

Uma ressignificação para a democracia brasileira

Para especialistas, o ato de hoje, em Brasília, é importante para ratificar a necessária união dos Poderes e a convergência dos divergentes em prol do país

Publicado em: 08/01/2024 07:12

 ((Foto: Joedson Alves / Agência Brasi))
(Foto: Joedson Alves / Agência Brasi)

 

Hoje completa um ano dos ataques antidemocráticos às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em uma tentativa frustrada de golpe de Estado. Um dia que entrou para a história e que foi considerado o maior ataque à democracia desde o golpe militar há 60 anos.

 

Em memória à data, representantes dos Três Poderes e membros da sociedade civil, se reúnem em ato nomeado pelo presidente Lula (PT) de Democracia Inabalada. O evento é um esforço para ressignificar um momento emblemático de um País dividido, movido por questões ideológicas distorcidasa, que se acentuaram desde 2018, e é também um grande teste de força para o governo demonstrar a sua capacidade de reunir os Poderes e representantes das mais diversas linhas político-ideológicas.

 

''O ato unirá todos os entes da federação e todos os Poderes em nome de uma causa que está acima de todos nós, que é a democracia. Demonstrar coesão em torno desse valor é o recado mais importante para mostrar que, independentemente de eventuais diferenças, o diálogo, a busca de consensos e a defesa do interesse público, viabilizados pela democracia, fortalecem o nosso País e são o caminho para o futuro que queremos'', disse a governadora co, Raquel Lyra (PSDB).

 

Para o sociólogo e historiador Jamerson Moura, é importante lembrar do 8 de janeiro para mostrar como a democracia, as instituições e o Estado democrático de direito conseguiram se resguardar e se fortalecer.  

 

''Ter essa atividade [de hoje] organizada via instituição é importante porque dá a ideia de que isso foi o limite. A importância do ato é muito significativa, espero que os próximos governos continuem, de alguma maneira, relembrando''.

 

A solenidade também é um termômetro para Lula demonstrar sua capacidade pautando a opinião pública, já que em 2023 havia um movimento de tensão e reatividade, como lembra a cientista política Priscila Lapa. Para ela, esse ato pode ser o primeiro movimento nesse sentido. Considerando a relação tumultuada entre o Executivo e o Legislativo, Lula teve dificuldades para emplacar um ritmo nas negociações, mas a relação foi se estabelecendo a ponto de se ter a aprovação da Reforma Tributária. Segundo Priscila, isso demonstra que houve um gesto tanto do governo, do Legislativo e da própria bancada bolsonarista.

 

''É uma demonstração de que a gente começa a entrar num movimento de normalidade, de conseguir alguns consensos apesar das divergências. É um indicador da saúde democrática do País''. 

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