Política
PEC DOS PRECATÓRIOS
Túlio Gadêlha condiciona permanência no PDT à rejeição da PEC dos Precatórios
Publicado: 09/11/2021 às 14:55

/Foto: Divulgação
O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT-PE), que já se manifestou contrariamente ao posicionamento de seu partido no primeiro turno da votação da PEC dos Precatórios, participou da elaboração de uma carta, junto a outros membros da legenda, condicionando sua permanência no partido à mudança no direcionamento de voto na bancada.
Túlio, o deputado estadual Goura Nataraj (PDT-PR) e a vereadora de Belo Horizonte, Duda Salabert assinam a carta aberta intitulada “Por um PDT que honre suas lutas e raízes”, na qual responsabilizam o posicionamento de seu partido pela aprovação em primeiro turno da PEC, que só teve 4 votos a mais que o mínimo necessário.
“Caso aprovada em segundo turno na câmara e também no Senado, a PEC permitirá ao governo Bolsonaro remanejar em 2022, ano de eleição, cerca de R$ 91 bilhões. Parte considerável desse valor poderá ir para o fundo eleitoral e para as “emendas do relator” – maior sistema de compra de votos e de parlamentares no congresso. A PEC dos precatórios desagrada à direita e à esquerda, mas agrada parlamentares que olham para o próprio umbigo e para o dinheiro que receberão do “orçamento secreto”, nome popular dado às emendas do relator”, diz trecho do documento.
A carta também critica a posição adotada pelo Governo Federal ao condicionar a aprovação da PEC 23, que fura o teto de gastos públicos, à aprovação da PEC dos Precatórios. Para os pedetistas, é necessário aumentar o valor de recursos destinados à assistência social, mas “isso poderia ser feito por diversos meios, mas o governo optou por um caminho irresponsável (sem grandes estudos econômicos), eleitoreiro (funcionará apenas no ano eleitoral) e imoral (amplia espaço para usar dinheiro público para comprar votos de parlamentares)”.
A postura de Arthur Lira, presidente da Câmara, também é questionada, visto que a previsão da votação foi mantida mesmo após a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, ter determinado no domingo (7) um prazo de 24 horas para que a Mesa Diretora da Câmara e o próprio Lira se manifestem sobre um mandado de segurança protocolado por Rodrigo Maia, questionando a PEC 23.
Os deputados e a vereadora alegam, por fim, que se filiaram ao PDT “por causa de suas raízes, por causa do trabalhismo, por causa de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Mário Juruna, Lélia Gonzalez, Francisco Julião, Manoel Dias, entre outras figuras importantes que por ele passaram”.
Entretanto, segundo eles, essa tradição só faz sentido político “se ela se atualiza e se vivifica nos sujeitos políticos de agora. Nesse sentido, assim como Ciro Gomes suspendeu sua pré-candidatura à Presidência como forma de apelo para que parlamentares do PDT mudem sua posição em relação à PEC dos Precatórios, entendemos que nossa permanência no partido será também repensada caso a bancada do PDT mantenha os votos favoráveis à PEC dos Precatórios”.
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