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CORRIDA ELEITORAL

Sergio Moro se filiará ao Podemos e será candidato em 2022, diz colunista

Publicado em: 22/10/2021 16:42 | Atualizado em: 22/10/2021 18:41

 (Foto: Pedro França/Agência Senado
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Foto: Pedro França/Agência Senado
Em sua coluna publicada no jornal O Globo desta sexta-feira (22), a jornalista Bela Megale afirmou que o antigo juiz federal e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Sergio Moro, deverá se filiar ao Podemos e concorrer às eleições do próximo ano. 

A decisão, segundo a colunista, foi tomada quando o ex-aliado do presidente esteve no Brasil em setembro, discutindo seu futuro político. A filiação, que só deve se concretizar após a saída de Moro  da empresa Alvarez & Marsal, onde trabalha atualmente, está marcada, segundo o jornal, para o dia 10 de novembro. 

Ao Diario de Pernambuco, o deputado federal Ricardo Teobaldo (Podemos-PE), confirmou a presidente nacional do partido e deputada federal Renata Abreu (Podemos-SP) conversa com Sergio Moro, e que a chance do ex-juiz da Lava Jato ingressar no Podemos é grande. 

“É verdade que o Moro deve estar se filiando ao partido. O entendimento foi feito com a [diretoria] nacional. Isso que você está perguntando é verdade, existe a conversa, estão conversando”, disse o parlamentar.  

Questionado se os diálogos chegaram a uma decisão final, um “martelo batido”, o parlamentar afirmou que também há diálogo entre Renata e o líder do Podemos no Senado, Álvaro Dias, mas “definido ainda não está, porque ainda não foi anunciado pela presidente Renata, nem comunicado por ele [Moro], mas há uma grande possibilidade dele se filiar ao Podemos”.  

A presidente do Podemos deve vir a Pernambuco, trazida pelo próprio Ricardo Teobaldo para “anunciar alguns companheiros no partido” em viagem ainda sem agenda definida, mas que “não tem nenhuma conexão” com a possibilidade de filiação de Moro. “Evidentemente que se eu marcar no mesmo fim de semana que ela tenha que anunciar Moro, ela não vai poder vir”, disse Ricardo Teobaldo.

Na tentativa de conseguir informações mais concretas sobre a possível filiação do ex-juiz, procuramos a assessoria de imprensa do senador Álvaro Dias, atual líder do Podemos no Senado, solicitando uma entrevista e esta repórter foi informada que somente após o dia 10 de novembro, suposta data de filiação de Moro, o assunto seria comentado, corroborando a informação levantada pela colunista Bela Megale.

Durante o ato de filiação, também se cogita que seja feito o anúncio da pré-candidatura de Moro, seja à presidência da República ou ao Senado. Entretanto, também há quem defenda, na sigla, que o comunicado acerca da participação de Moro na corrida eleitoral fique para o futuro. 

O deputado Ricardo Teobaldo comenta que ainda é prematuro dizer que qualquer pessoa já tem posto de candidato da terceira via que se contrapõe tanto a Lula quanto a Bolsonaro, pois as definições só se dão posteriormente. 

“Os nomes sendo ventilados é um treino, quem tiver mais força lá na frente, vai haver um entendimento de quem é o melhor nome. Acho que Moro pode até entrar no Podemos com o consentimento de Renata dizer que ele é candidato, mas que é candidato se crescer, se tiver musculatura”, afirmou o deputado.

Trajetória Discreta

Desde o final de abril de 2020, quando rompeu suas relações políticas com o presidente e deixou de ser um “superministro” de Bolsonaro, amado por toda a sua base eleitoral, o ex-juiz Sergio Moro, que carrega a imagem da operação Lava Jato, nunca deixou de ter uma parcela da população que lhe é simpática pelo discurso de combate à corrupção que ele segue encampando. 

Sua imagem, contudo, também sofreu arranhões devido aos processos de Lula e à publicação das reportagens da série Vaza Jato, pelo portal de jornalismo The Intercept Brasil, seguida pela declaração de sua suspeição, por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), na condução dos processos envolvendo o ex-presidente petista. 

Apesar de ter mantido, até então, um perfil mais comedido em aparições e tom de discurso nas redes sociais, evitando colocar-se como candidato, Sergio Moro sempre teve seu nome posto em pesquisas (ainda que não mostrasse uma grande expressividade de votos) e não deixou de circular e dialogar com a classe política, mesmo quando esteve fora do país. 

Agora, de volta ao Brasil e com a aproximação do ano eleitoral, esse contato político se tornou mais intenso e o que se espera é que, nos próximos dias, o ex-juiz que um dia afirmou que jamais entraria para a política, mas tornou-se ministro, realize sua filiação a um partido e anuncie sua candidatura que, segundo a expectativa da maior parte das pessoas, deve ser à presidência.
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