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Política
ELEIÇÕES 2022

Miguel Coelho propõe 'palanque aberto' para composição de alianças na oposição

Publicado: 30/09/2021 às 16:27

/Jonas Santos/Divulgação

/Jonas Santos/Divulgação

O prefeito de Petrolina e pré-candidato ao governo de Pernambuco em 2022 pelo Democratas (DEM), Miguel Coelho, concedeu entrevista nesta quinta-feria (30) ao programa “Manhã na Clube” da Rádio Clube Am 720, comandado pelos jornalistas Rhaldney Santos e Douglas Fernandes. 

Recém-filiado, Miguel evitou dar muitas respostas sobre as decisões de sua nova sigla, que prepara uma fusão com o PSL, no que diz respeito ao cenário nacional para as eleições que se aproximam. 

“O que estamos discutindo é poder construir um projeto competitivo ao nível estadual para poder disputar os cargos de governador, vice-governador e ao Senado. A questão nacional não é o timing [momento] agora”, afirmou o pré-candidato. Miguel ainda complementou alegando que é “legítima” a defesa que cada partido faz de seus projetos nacionais, assim como o DEM “também começa a se posicionar e fazer essa discussão interna nos seus quadros”.

A convenção que definirá os últimos detalhes da fusão entre o DEM e o PSL, criando uma sigla nova, está marcada para o dia 6 de outubro e será o ponto de partida para que o partido comece as discussões conjuntas acerca do cenário nacional, a partir das possíveis alianças estabelecidas. 

O novo partido, cujo nome especula-se que será “União Brasil” desde que a informação foi divulgada pelo colunista do jornal O Globo, Lauro Jardim. A sigla, que deverá se tornar a maior tanto em tamanho de bancada como em recursos financeiros do fundo eleitoral, deverá ter candidaturas por várias partes do Brasil. 

“Hoje, o Democratas, por si só, já tem 7 pré-candidatos ao governo do estado. Após a fusão, os números que a gente tem trabalhado dentro do partido é em torno de 12 a 14 pré-candidaturas. Em quase metade do Brasil terá uma candidatura majoritária desse partido”, explicou Miguel.

Para o pré-candidato democrata, realizar um trabalho conjunto na construção de candidaturas e costuras de apoio, com um “palanque aberto”, é um ponto crucial para uma eventual vitória da oposição em Pernambuco. 

“A gente não pode estar querendo fazer um projeto de mudança em Pernambuco, querendo se isolar. Mantemos o canal aberto com todos os partidos de oposição, mas também abrindo novas portas para que a gente possa construir pontes de aliança no futuro”. Ele aponta que o próprio PSL é um partido “que vocês da imprensa nem cogitavam que saísse da frente popular” e será o maior do Brasil, está na oposição em Pernambuco. 

Tanto o DEM como o PSL têm, em suas bases eleitorais, quadros que são simpáticos ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e outros que abandonaram o barco do chefe do Executivo ao longo de seus quase três anos de mandato. O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), pai de Miguel Coelho, é o único da família que permanece na sigla após a migração do prefeito de Petrolina para o DEM, e ocupa o posto de líder do governo na casa. Além disso, o Democratas ainda tem membros à frente de ministérios, como o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, e Tereza Cristina, da Agricultura. 

Diante disso, muitas são as dúvidas acerca do posicionamento do partido em relação às eleições no que diz respeito ao cargo de presidente, especialmente após o prefeito de Salvador e presidente nacional do Democratas, ACM Neto, afirmar que a sigla que vai nascer da fusão com o PSL lançará um candidato ao Planalto. Há, entre membros do partido, quem defenda os nomes do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e do ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta, e uma terceira ala segue fiel a Bolsonaro. 

Miguel Coelho, que pode encontrar Bolsonaro em sua cidade natal em breve (visto que o presidente planeja visitar Petrolina em outubro), afirmou que “sem dúvida” poderia dar palanque ao atual chefe do Executivo Nacional para compor aliança. “Sem dúvida. Não só ele, também como outros candidatos [à presidência]. Isso dependerá dos partidos que estarão na nossa aliança”, disse o prefeito. 

Miguel explicou sua posição, afirmando que nas eleições majoritárias, historicamente, os partidos formam grandes alianças que reúnem várias siglas e, por isso, incluem apoios a diversos candidatos no plano nacional. “todas as chapas de governador em PE seja de um lado ou outro tinham mais de um candidato a presidente”, afirmou o pré-candidato.

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