Política
PROTESTO
Ato cobra impeachment do presidente Bolsonaro, no Marco Zero do Recife
Publicado: 12/09/2021 às 19:28

Manifestação reuniu movimentos sociais e partidos políticos, pelo afastamento do presidente da República e em defesa da democracia./Arnaldo Sete/Esp. DP Foto
Manifestações convocadas por movimentos sociais ideologicamente distintos unidos pelo coro pelo “Fora Bolsonaro” ocorreram na tarde deste domingo (12), no Marco Zero, bairro do Recife. Este é o primeiro ato em defesa do impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), encabeçado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), e com participação do Livres, da União da Juventude Socialista (UJS), Lola, Cidadania Diversidade, Juventude Cidadania, Acredito, além dos partidos Rede Sustentabilidade, Cidadania e PDT, que ocorreram em diversas capitais em todo o País, desde a campanha pelo impedimento de Dilma Rousseff (PT), em 2016.
Apesar do pequeno público, o coordenador do MBL em Pernambuco, Izaque Costa, explicou que esse é o momento dos grupos deixarem as diferenças de lado, em prol de uma pauta em comum. “O ato de hoje, não necessariamente é para unificar várias pessoas com posições político-ideológicas divergentes, mas dentro do campo democrático, e a partir dos meios institucionais remédios condicionais, pedir o impeachment do presidente”, explicou. As manifestações realizadas tiveram caráter apartidário, e pretenderam relembrar o movimento Diretas Já.
Apesar do pequeno público, o coordenador do MBL em Pernambuco, Izaque Costa, explicou que esse é o momento dos grupos deixarem as diferenças de lado, em prol de uma pauta em comum. “O ato de hoje, não necessariamente é para unificar várias pessoas com posições político-ideológicas divergentes, mas dentro do campo democrático, e a partir dos meios institucionais remédios condicionais, pedir o impeachment do presidente”, explicou. As manifestações realizadas tiveram caráter apartidário, e pretenderam relembrar o movimento Diretas Já.

“O dia 12 de setembro estava voltado, primariamente, ao impeachment de Bolsonaro mais uma criação de uma ‘terceira via’, que é o que justamente o que pretendemos. Mas como houve embate do pessoal à esquerda, a gente abriu mão da pauta desta ‘terceira via’. Vamos voltar primariamente no impeachment do presidente. É importante relembrar que já houve vários líderes partidários juntos, como (o ex-governador do Rio Grande do Sul pelo PDT, Leonel) Brizola, (os ex-presidentes) Lula (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Ulysses Guimarães (MDB)", concluiu Costa.
O ato, convocado pelos grupos de centro-direita Movimento Brasil Livre (MBL) e Livres, objetivou criar uma alternativa no movimento pró-impeachment de Bolsonaro, buscando diálogo com outros aspectos de ideologias políticas. “Para o dia de hoje, a gente pede impeachment. Vai de encontro as declarações golpistas que o presidente deu, sobretudo, no dia 7 setembro. Por isso que a gente preserva nossa democracia liberal. São vários crimes cometidos pelo presidente, sem contar a questão da pandemia, no qual foi extremamente negligente”, fala o coordenador do Livres em PE, Francisco Layon.

“Existem grupos que apoiaram Bolsonaro em 2018, e se conscientizaram ao longo do tempo de que não era o melhor caminho. Nós já estávamos avisando, além de outros grupos. Chega um momento em que precisamos colocar nossas bandeiras político-partidária-ideológica em segundo plano. O primeiro plano está o Fora Bolsonaro. Desde as Diretas Já, a gente não vê no Brasil a possibilidade tão grande de união, de grupos diferentes. Hoje a gente precisa dessa comunicação e alinhamento. Quem vai votar em 2022 se discute em 2022. Temos diversas divergências com grupos aqui presentes, mas hoje, o principal é a gente tirar esse que é contra a democracia”, complementa Francisco.
Os manifestantes que foram na tarde deste domingo (12), ao Marco Zero, na Capital pernambucana, tinham como principal bandeira o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Organizado pelo MBL e o Livres, o ato não teve um grande número de participantes, mas conseguiu reunir algumas centenas de pessoas. Para o comerciante, Carlos Eduardo, 49 anos, que integrava o ato segurando um cartaz com perguntas: “Por que Fabrício pagava contas da família?”, “Por que o processo de Flávio não anda?” e “Sua família ficou rica com a rachadinha?”, o ato é uma maneira de contrapor o que está sendo feito de “errado”. “Eu votei em Lula. Depois votei em Bolsonaro, na eleição passada. Só que eu vi que todas as promessas da campanha foram descumpridas”, relatou.

“Quem leva pessoas a morte é um homicida. Se você induz pessoas a se contaminarem, e parte dessas, vão morrer... Isso não é um papel de um presidente, que pelo contrário, tem que cuidar da população e da saúde. E não induzir as pessoas a fazer as coisas erradas, como negar vacina”, disse o comerciante.
Do outro lado, o estudante universitário Mateus Victor, de 21 anos, que segurava o cartaz na ponta oposta, comentou sobre a importância da diversidade de aspectos políticos do ato. “É preciso deixar o orgulho de lado. Infelizmente as pessoas não se importam com política. Mas aqui é importante ter as discussões para formular outras opções. É preciso ter mais opções”, reflete.
Para o secretário da União da Juventude Socialista (UJS), Philipe Ricardo, a presença de representantes do grupo foi uma forma de “somar força” para uma frente ampla de mudança social. “A política econômica do Bolsonaro é excludente. As pessoas estão sem oportunidade. Mesmo na divergência, a sociedade está se juntando para conseguir barrar esse retrocesso. Se tem pautas que convergem, nós precisamos somar forças e fazer essa maré virar, para que o nosso povo tenha condições de melhorias de vida”.

Sobre a baixa quantidade de pessoas, o representante ressaltou sobre a resistência dos movimentos sociais. “Existe uma resistência de alguns setores dos movimentos sociais, principalmente porque o MBL tinha outro lado dessa disputa, inclusive em relação ao Governo Bolsonaro. Então, isso aqui é realmente o início de uma chamada deles”, opina.
“Em nosso campo, o espaço para divergência política existe há muito tempo. No campo do MBL isso não existe. Eles tem muitas críticas a nós, ao movimento social, estudantil, ao sindicatos e as partes progressistas. Mas acredito que a gente vir aqui somar força no ato que eles convocaram é um gesto de que sim, há divergências e dificuldades, mas podemos caminhar juntos para derrubar a onda fascista que assola o nosso país, e que afeta a ambos os lados”, finaliza o representante da UJS. Apesar disso, o grupo não permaneceu até o fim do ato, e se retirou após considerarem algumas falas dos membros dos grupos de centro-direita como ‘ofensivas’.
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