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Wilson Lima é o primeiro governador a ser ouvido na CPI da Covid-19, nesta quinta-feira

Publicado em: 09/06/2021 20:42

 (Foto: Divulgação/Secom)
Foto: Divulgação/Secom
A partir de amanhã, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 dá início à maratona de depoimentos de governadores de nove estados. De acordo com o calendário divulgado pela CPI ontem, o primeiro a depor será o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), alvo de operação da Polícia Federal (PF), que investiga irregularidades do estado no combate à pandemia. 

De acordo com calendário publicado ontem pelo presidente da CPI, senador Osmar Aziz (PSD-AM), nove gestores estaduais terão que comparecer à Comissão. O objetivo é convocar governadores alvos de operações da Polícia Federal (PF), que investigam desvios nos orçamentos repassados pela União para o enfrentamento da Covid-19 nos estados. Wilson Lima é alvo de investigação deflagrada na semana passada pela PF, que investiga suspeitas de irregularidades na construção do Hospital de Campanha Nilton Lins, em Manaus. O colapso de oxigênio na cidade também é um dos assuntos principais previstos para esta quinta-feira. 

Primeiro governador convocado, Lima tinha o depoimento previsto para acontecer no dia 29 de junho, mas devido às investigações da PF, teve a data antecipada para amanhã. O gestor do Amazonas chegou a solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a desobrigação do seu comparecimento alegando que decisão infringe o princípio da separação de poderes. Enquanto não houver decisão do Supremo, as oitivas acontecerão normalmente. No encerramento das atividades da comissão nesta quarta-feira, o vice-presidente, Randolfe Rodrigues, confirmou a presença de Lima amanhã.

Além do governador do Amazonas, também comparecerão à CPI da Covid-19 os gestores Helder Barbalho (MDB), governador do Pará (29/6); Wellington Dias (PT), governador do Piauí, (30/6); Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal (1º/7); Mauro Carlesse (PSL), governador do Tocantins (2/7); Carlos Moisés (PSL), governador de Santa Catarina (6/7); Antônio Denarium (sem partido), governador de Roraima (7/7); Waldez Góes (PDT), governador do Amapá (8/7); e Marcos Rocha (sem partido), governador de Rondônia (9/7). 

Prefeitos

Outra discussão que transita pela CPI diz respeito à convocação de alguns prefeitos e ex-prefeitos sobre a condução dos municípios no combate à pandemia do novo coronavírus, mas ainda não foram definidas datas para os depoimentos. "Em relação ao requerimento de prefeitos, o que nós acordamos é que vamos ver uma data para ouvi-los", informou o senador Osmar Aziz durante pronunciamento na comissão.

6ª semana

Após o depoimento do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, realizado na última terça-feira, hoje foi a vez do coronel Antônio Elcio Franco Filho, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde - durante a gestão do general Eduardo Pazuello -, marcar presença na CPI. Em um depoimento de mais de nove horas, a oitiva foi marcada por temas como a demora do governo federal nas negociações para obtenção de vacinas, gabinete paralelo e utilização de medicamentos sem comprovação científica no combate à Covid-19.

Questionado sobre a existência de um “gabinete paralelo” no governo, o coronel Antônio Elcio disse desconhecer a existência do grupo negacionista e negou a sua influência sobre os trabalhos do ministério. Permanecendo em uma postura de defesa às ações do governo federal, o coronel, ao se referir ao silêncio do MS frente a uma das propostas apresentadas pela Pfizer, disse que não houve uma resposta por causa de problemas na caixa de email. "Minha caixa de e-mails ficou inoperante”, informou
O depoente também se utilizou do termo “cemitério de vacina” para se referir à terceira fase de testes dos imunizantes, tentando justificar o receio do governo federal em adquirir vacinas Coronavac que estavam em desenvolvimento, visto que as propostas de aquisição começaram a ser apresentadas pelo Instituto Butantan ainda em 2020. O ex-secretário também negou interrupção de negociações entre o Instituto Butantan e o Ministério da Saúde por interferência do presidente Jair Bolsonaro.

Insatisfeito com os posicionamentos adotados pelo ex-secretário que buscou proteger o governo federal perante suas táticas de enfrentamento à Covid-19, o presidente da CPI, Osmar Azis expressou sua indignação. “Não dá para aceitar que sua excelência proteja aqueles que foram omissos, aqueles que não quiseram comprar a vacina e não trabalhar para o Brasil. Isso é trabalhar contra os brasileiros”, assinalou.




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