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Planalto usa tradução errada para atacar revista 'The Economist'

Publicado: 07/06/2021 às 16:04

/foto: The Economist/Reprodução

/foto: The Economist/Reprodução

Ao contestar a reportagem "A década sombria do Brasil” publicada pela revista inglesa The Economist , que trata sobre a pandemia no Brasil, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) acabou fazendo uma tradução errada do texto e acusou a revista de “defender a morte de Jair Bolsonaro”.
 
A tradução da Secom foi baseada numa distorção do artigo depois que o jornal O Estado de São Paulo fez uma tradução errada do texto.

No texto original, a Economist diz que “a prioridade brasileira mais urgente é tirar Bolsonaro do poder pelo voto”.  “To vote him out”, em inglês.

A Secom acabou traduzindo “vote him out” como “eliminá-lo”.

“'A prioridade mais urgente é eliminá-lo', afirmam. Vejam bem: não falam apenas em vencer nas urnas, superar, destituir. Falam em eliminar. Estaria o artigo fazendo uma assustadora apologia ao homicídio do presidente?”, escreveu a Secom no Twitter.
 
Em seguida, o Planalto acusa a revista de “atacar o Presidente da República” e de querer “influenciar os rumos políticos do Brasil”.
 
A Secom ainda disse que o texto publicado pela The Economist é "insano" e não tem "ética".
Como em outras vezes que se referiu ao país, a revista traz na capa uma nova ilustração do Cristo Redentor, desta vez respirando com uma máscara de oxigênio.

A reportagem especial "A década sombria do Brasil" descreve o presidente brasileiro como um homem que quer "destruir as instituições, não reformá-las", acusa Bolsonaro de  "esmagar todas as tentativas" de uma exploração sustentável da Amazônia e revela serem "falsos" todos os votos favoráveis à renovação política.
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