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Rodrigo Maia: o nó a ser desatado pelo PSB, PCdoB e PDT

O presidente da Câmara dos Deputados chega ao Recife, hoje, para se encontrar com o governador Paulo Câmara (PSB) e se reunir com a bancada federal de Pernambuco, mas nem sua habilidade política destravou o primeiro impasse no bloco de oposição a Jair Bolsonaro (PSL)

Publicado em: 17/01/2019 06:00 | Atualizado em: 17/01/2019 07:46

Paulo Câmara se encontra com Rodrigo Maia nesta quinta-feira. Foto: Câmara dos Deputados/divulgação

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), chega ao Recife, hoje, para se encontrar com o governador Paulo Câmara (PSB) e se reunir com a bancada federal de Pernambuco, mas nem sua habilidade política destravou o primeiro impasse no bloco de oposição a Jair Bolsonaro (PSL) - formado pelo PSB, PCdoB e PDT. Os socialistas não deram indicativos de que vão recuar e apoiá-lo. O inusitado da polêmica é que dois dos principais caciques das legendas envolvidas são pernambucanos, respectivamente o vice-presidente nacional do PSB, Paulo Câmara, e a presidente nacional do PCdoB, a vice-governadora Luciana Santos. Ambos ainda não conseguiram levar às siglas ao consenso sobre a candidatura de Maia. O PCdoB e o PDT deliberaram apoio à reeleição do parlamentar na última terça-feira. Luciana chegou a fazer elogios a Maia, frisando que ele honrava os compromissos assumidos e tinha uma “conduta de respeito à institucionalidade” num momento de desequilíbrio do sistema de poder no Brasil.  

O PSB estava negociando com Maia, mas decidiu cancelar as articulações após ele receber a adesão do PSL, sigla que abriga Bolsonaro. Em tese, segundo a versão de vários deputados socialistas, não existe mal-estar insanável entre o PSB e Maia, porém a legenda não contava que ele receberia o apoio da legenda do presidente. “Essa não é uma operação simples. Estamos no mesmo bloco com o PCdoB e o PDT. Ao que parece, nem eles vão mudar de posição, nem a gente”, disse o líder do PSB, Tadeu Alencar, em entrevista ao Diario, referindo-se aos partidos que integram o bloco de oposição. “A gente está pensando a forma de garantir o bloco”, explicou.

Tadeu afirmou que, na próxima segunda ou terça-feira, os 32 deputados federais do PSB devem se reunir para decidir as possibilidades, incluindo a hipótese de lançar um nome alternativo a Maia na disputa pela Presidência do Poder Legislativo. O nome levantado pelo PSB é o de João Henrique Caldas, deputado federal alagoano, que se apresentou como possível candidato. Mas o entrave deve ser exaustivamente negociado. Maia já tem praticamente uns 300 votos para garantir a reeleição e tem negociado espaço na Mesa Diretora da Casa e nas comissões com os parlamentares estarão ao seu lado. “Esse bloco é a grande novidade da política e da oposição, mas estamos diante de um impasse. Precisamos pensar como ficaremos juntos, independentemente do nosso candidato à presidência (da Casa)”, declarou Tadeu. Indagado se o PSB considerava recuar, Tadeu fez uma aposta. “Não vejo, nesse momento, que ele (o indicativo do PSB) possa ser modificado”, completou. 

O presidente estadual do PDT, Wolney Queiroz, admitiu que este “o primeiro teste enfrentado pelo bloco”. Wolney ajudou a articular o encontro entre Maia e o governador e o almoço dele com a bancada federal, que será realizado num restaurante do Pina, na Zona Sul do Recife. “Estamos dialogando. A saída é liberar para que os partidos busquem seu caminho na eleição da Presidência da Câmara e, depois, a gente volta a trabalhar nos temas que nos unem”, declarou. “O PCdoB e o PDT estão com Rodrigo. É importante frisar que não há nenhum problema entre PSB e Rodrigo. O que houve de novo foi a chegada do PSL. É uma circunstância que não foi digerida pelo PSB”, declarou. 
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