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ELEIÇÕES 2018

Manifesto contra a polarização nas eleições à presidência

Grupo de intelectuais e profissionais liberais produziu um documento no qual alerta a sociedade contra os extremos Bolsonaro-Haddad

Publicado em: 21/09/2018 09:24

Sérgio, José Arlindo, Chico e Jorge puxam corrente. Foto: Peu Ricardo/DP
Um grupo formado por professores universitários, advogados e representantes da sociedade civil lançou um manifesto, subescrito por 77 pessoas, batizado de Movimento Ética e Democracia contra o extremismo na política e em defesa da democracia. O texto que tem como título Alerta ao brasileiros: o país que não queremos, coloca-se contra a polarização que está ganhando cada dia mais força nesta eleição entre os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) e faz uma espécie de convocação a uma terceira via. 

Representantes do movimento analisam as duas candidaturas como um problema para a estabilidade econômica e política do país. O grupo avalia que o Brasil não suportará nenhuma das duas alternativas e os dois lados têm problemas em relação à democracia. Na visão deles, as duas correntes políticas, cada uma a seu modo disseminam histeria populista, mistificam, distorcem a realidade e atacam instituições democráticas. “A ideia é ganharmos novas adesões a partir de mais assinaturas para quebrar essa polarização”, afirmou o economista Sérgio Buarque. 

Para o grupo, a vitória do candidato do PSL traria desorganização econômica, desagregação social, abalo na democracia e caos social que favorecia a ditadura. “Jair Bolsonaro propaga abertamente o autoritarismo, a volta de um regime militar e a violência como forma de fazer política”, diz o manifesto. Ao analisar uma eventual vitória do PT, os representantes do Movimento Ética e Democracia alertam sobre a contradição do país ser governado por Haddad, tendo como mentor desse projeto de nação alguém que está preso. Para eles, o ex-presidente Lula representa o aparelhamento do estado, a volta da política econômica que levou o país ao desastre (inflação, desemprego e crise fiscal) e a hostilidade às instituições democráticas. 

“É um discurso perigoso que vai em cima dos pilares da democracia. O programa econômico do PT preocupa. Não é o programa de Lula de 2002, que foi de centro, convergente como aquela carta ao povo brasileiro. É uma política bem mais radical, semelhante com o Lula de 1989”, afirmou o economista Jorge Jabotá. Além dois dois economistas, o sociólogo José Arlindo Soares, o advogado e ex-preso político Francisco de Assis, dentre outros, estão juntos nesse movimento. Os interessados em participar desse movimento podem acessar o grupo na página do facebook - Movimento Ética e Democracia.
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