Opinião
Abraham Sicsú: Avanços em tempos de crise
Abraham Sicsú é presidente da Facepe
Publicado em: 17/01/2018 07:18
A economia capitalista, em sua essência, é cíclica. Preparar a sociedade para uma maior amplitude dos períodos de crescimento é fundamental. Nessa direção, sem dúvida, educação, ciência e tecnologia são pilares básicos para uma maior sustentabilidade.
Nos últimos anos, estamos passando por uma profunda recessão. O ano de 2016 foi o segundo seguido de retração do Produto Interno Bruto (PIB), o pior resultado da economia já registrado pelo IBGE, quando a economia do país encolheu 3,6%. As expectativas de recuperação da economia brasileira têm melhorado, mas ainda pouco significativas dada a queda que tivemos.
A Facepe, órgão de fomento à ciência e tecnologia vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco, sentiu os cortes nos repasses federais. No entanto, apesar da crise enfrentada no estado, o governador Paulo Câmara garantiu repasses importantes e a fundação alcançou, em 2017, o maior patamar de recursos efetivamente desembolsados em sua história. Dos R$ 70,5 milhões liberados, R$ 55 milhões são do Tesouro Estadual e R$ 15,5 milhões de outras instituições parceiras.
Procurando focar suas ações de forma alinhada à Estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação para Pernambuco, elaborada pela Secti, a instituição definiu um mapa estratégico, traçando metas norteadoras e ações principais até 2022.
A manutenção e ampliação da capacitação de recursos humanos é uma dessas metas prioritárias. Nesse sentido, atualmente, a fundação apoia cerca de 1.400 bolsistas de pós-graduação, mestrandos e doutorandos, 600 bolsistas de iniciação científica graduandos e 180 bolsistas de incentivo acadêmico, iniciativa voltada a alunos de escolas públicas que entram nas universidades.
Atrair e fixar pesquisadores altamente qualificados, como pós-doutores, em Pernambuco, é outro objetivo da Facepe, que concede auxílio a cerca de 150 profissionais. Através de parcerias e cooperações com entidades nacionais e internacionais, a fundação também busca ampliar essa articulação e lança vários editais com recursos significativos – cerca de R$ 1,6 milhão somente em 2017.
O apoio à inovação tecnológica nas empresas é outra ação norteadora na gestão comandada pelo governador Paulo. Cerca de 180 projetos de pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico e inovação nas empresas pernambucanas foram apoiados, nos últimos 10 anos, alcançando um aporte aproximado de R$ 55 milhões.
Sem dúvida, os recursos garantidos pelo Governo Paulo Câmara no amparo à ciência e tecnologia da comunidade científica e de inovação do estado foi fator decisivo para a melhoria da qualidade de nossa pós-graduação, auferida pela recente avaliação do Ministério da Educação, através da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes).
Também os resultados na área de inovação fazem-se sentir: projetos apoiados pela Facepe são âncoras no Porto Digital e no Parque Tecnológico de Eletroeletrônicos e Tecnologias Associadas de Pernambuco (Parqtel). Não se pode negar que temos muitos desafios, mas vemos, nesses resultados, avanços importantes que, se consolidados e ampliados, podem ser alicerce seguro para a retomada do crescimento de Pernambuco.
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