Opinião Nilzardo Carneiro Leão: Rádio Clube Nilzardo Carneiro Leão é professor da Faculdade de Direito do Recife e membro da Academia Pernambucana de Letras

Publicado em: 09/08/2017 07:59 Atualizado em:

Uma tarde mais do que agradável foi a que nos proporcionou a Academia Pernambucana de Letras no último dia 10 deste mês de julho de 2017, trazendo para fazer uma conferência sobre o retorno às atividades da Rádio Clube AM, muito bem apresentada pelo jornalista e pesquisador Renato Phaelante.

O conferencista discorreu com o tema “Origem da Rádio Clube de Pernambuco”, destacando não apenas o seu pioneirismo como importância na radiodifusão e desenvolvimento de aspectos culturais, religiosos e sociológicos para Pernambuco e sua gente, tanto que passou a chamar-se de “pioneira”.
Realizou a Rádio Clube de Pernambuco a primeira transmissão no Brasil, no ano de 1921, voltando, agora após um hiato de três anos a transmitir, desde junho de 2017, na mesma frequência que já era conhecida de todos, 720kHz.
Renato Phaelante deu conhecimento aos que lotavam o auditório da Academia da história da Rádio Clube, pioneira na América Latina, destacando “momentos marcantes da rádio difusão no Brasil, como fundação da Jazz Band Acadêmica, sob a batuta do maestro Lourenço da Fonseca Barbosa, o Capiba e a contratação de um dos maiores nomes da rádio pernambucana, o maestro e compositor Nélson Ferreira, em 1931”.

Foi a Rádio Clube que proporcionou a primeira transmissão em cadeia nacional, bem como as primeiras transmissões jornalísticas e esportivas, fazendo história com essas iniciativas vitoriosas.

Relatou o conferencista um fato que sendo inédito e histórico, é digno de destaque para promover a divulgação de acontecimentos, qual o de permitir o acompanhamento de todos, da primeira transmissão de uma partida de futebol em Pernambuco. Naquela ocasião, o locutor Abílio de Castro com seus assessores e instrumentos para transmissão, foi impedido por diretores do Sport de entrar no estádio. Seria a transmissão do jogo entre seleções de Pernambuco e Paraíba.

Abílio de Castro, para “driblar” o inusitado e esquisito imprevisto, longe de desistir da transmissão, recorreu ao prof. Edgar Altino, das Faculdades de Medicina e Direito, que ofereceu o terraço de sua residência, que tinha vista para o campo rubro-negro, para que pudesse ser feita a transmissão, o que ocorreu, mesmo com a partida já iniciada.

Foram relembrados os grandes momentos da Rádio Clube, como a cobertura dos fatos da Segunda Guerra Mundial, inclusive com o famoso “Repórter Esso”. Recordou Phaelante as grandes figuras de seus locutores e artistas.
O acadêmico Reinaldo Oliveira, na ocasião, trouxe, com sua forma inconfundível de narrar como grande ator que é, a sua participação intensa no desenvolvimento e trajetória na Rádio Clube, trazendo memórias de sua infância, por conta de acompanhar e assistir à participação do seu pai, acadêmico e médico, Valdemar de Oliveira, narrando aspectos da vida da emissora.

Na tarde memorável, foi possível relembrar todos o momento, todos os dias, das 18h, com a “Ave Maria”, a voz e os sons musicais, trazendo uma enorme saudade dos tempos passados.

Maurício Rands, dinâmico vice-presidente do Diario de Pernambuco, na ocasião, agradecendo a homenagem prestada pela Academia Pernambucana de Letras e também ao conferencista, assim se pronunciou: “A Rádio Clube volta, agora, restabelecendo a sua conversão com a História, com a vida e com a pernambucanidade. O compromisso é com a nossa gente e com o nosso futuro. É um momento histórico. Pernambuco, através da Rádio Clube, que, com o Diario de Pernambuco e das suas plataformas, estão, novamente, informando”.

Parabéns à profª Margarida Cantarelli, presidente da APL pela feliz iniciativa, permitindo destaque ao retorno da Rádio Clube, de tanta importância para difusão da cultura de Pernambuco.


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