Diario Editorial: A defesa dos vulneráveis

Publicado em: 18/07/2017 07:15 Atualizado em:

Sabe-se que é obrigação das autoridades institucionais cuidarem da preservação do direito e do bem estar coletivo, assim como é dever de governos de todas as esferas estar ao lado do cidadão individualmente. Mas quando a teoria é vista em prática, uma faísca de esperança tem o poder de aquecer uma família ou ainda dar a salvaguarda necessária a outras tantas que vivem sob a insegurança do sistema burocrático brasileiro, sobretudo o da saúde pública. Assim devem ser vistas as declarações feitas ontem pelo defensor-geral do estado de Pernambuco, Manoel Jerônimo, ao se posicionar e anunciar engajamento em favor da luta do auditor David Nilo da Silva, de 35 anos.

O defensor chamou para si o caso de David ao lembrar que ele não é uma estatística e precisa ser amparado porque a própria Constituição Federal prevê a garantia da saúde por parte dos entes federativos. Em entrevista à repórter Alice de Souza, Manoel Jerônimo informou que terá uma reunião esta semana com representantes do governo estadual para buscar apoio nessa jornada e prometeu que irá se mobilizar, não só judicialmente para dar o suporte necessário a David, como incentivará a todos extrajudicialmente para que participem e estimulem quem possa contribuir com a campanha de arrecadação #TodoscomDavi, que tem se propagado na internet.

O pernambucano David Nilo está numa corrida pela vida. Surpreendido há um mês por uma dor causada por uma isquemia intestinal - que fez necrosar parte intestino e interrompeu o fluxo sanguíneo -, o rapaz casado e pai de uma menina de 3 anos precisa conseguir um transplante nos Estados Unidos e o dinheiro para custear a família durante dois anos até que sua condição de saúde se restabeleça. Assim, de uma hora para outra, David precisa somar R$ 5 milhões para ir ao exterior porque a no Brasil não há protocolo para transplantes semelhantes. A alternativa é que o transplante seja pago pela União. Este é um caso especialíssimo e está muito além da mera judicialização da saúde, aquela na qual muitos brigam por direitos como o custeio para drogas experimentais. A situação de David Nilo da Silva é singular. Hoje é ele. Amanhã pode ser qualquer um de nós - bem afirmou o defensor-geral Manoel Jerônimo.


MAIS NOTÍCIAS DO CANAL