Opinião José de Jesus Moraes Rêgo: Poetisa Lúcia Chiappetta José de Jesus Moraes Rêgo é foi técnico da Sudene, onde foi diretor. Autor de livros e estudos sobre o Nordeste. Foi professor da Faculdade de Filosofia do Recife e da Universidade do Maranhão.

Publicado em: 14/06/2017 08:52 Atualizado em:

Quando jovem, fui fazer um curso de programação educacional, no Recife, quando conheci, neste curso, a também jovem Maria Lúcia Lauria Chiappetta, fazendo o mesmo curso. Levando o curso com muita seriedade, pois era estudiosa, serviu de base para o seu profissional na Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), órgão que tinha a força e o idealismo de Celso Furtado, que passava para os seus profissionais.

 Lúcia, como a chamavam, era e é uma idealista pelo Nordeste, pelo desenvolvimento regional, pela cultura em geral, com base na poesia. Isto, desde jovem, acumulando em atividades e estudos técnicos.

Depois, profissionalmente na Sudene, trabalhou no Departamento de Recursos Humanos (DRH), enquanto eu entrava, na Sudene, pelo Departamento de Agricultura e Abastecimento (DAA), com lotação na Divisão de Organização Agrária (OG), deste Departamento. Pelos recursos humanos, treinamento, cooperativismo, estrutura agrária, tivemos um relacionamento programático, onde aparecia aquela figura séria, estudiosa, especialmente responsável, com um estilo de responsabilidade dupla. Como técnica e como poetisa, forma de vida que foi se consolidando, até a maturidade, com a cultura e a prática poética mais crescendo e se aprimorando.

Ângulo de vida
O outro ângulo de vida de Lúcia Chiappetta, que vim a descobrir era a literatura de forma geral e particularmente. Há mais de trinta anos se envolvia com os círculos literários do Recife, com poemas publicados, livros e vitórias em concursos. Houve, até agora, pois é viva e ativa, estudiosa como sempre, contínua produção.

Lembro-me de um conselho, se é que podemos chamar assim, dado, na década de sessenta do século passado, para a poetisa Lúcia se firmando no meio intelectual do Recife: que lesse uma antologia de poemas e poetas, desde Homero até o modernismo brasileiro. Lembrávamos dos Clássicos Jackson, com sua coleção de livros e com seus volumes de poesia. Teria uma visão ampla, como poderia mergulhar mais no modernismo e compreender o aspeto formal deste movimento literário brasileiro e de outros países.

DIMENSÃO CULTURAL
A dimensão cultural, nacional e regional, de Lúcia Chiappetta, além de atingir o planejamento e o desenvolvimento do Nordeste, havia a base de trabalho na Sudene, no qual se destacavam seriedade, dedicação e competência. 

Quanto à poesia, se encontramos uma dedicação e aprimoramento permanentes, devemos considerar: a) certa base filosófica para muitos poemas; b) introspecção nos poemas, gerando uma renovação constante; c) a dimensão de sua literatura expressa em formas e conteúdos de seus poemas.
Numa singular conclusão, tudo o anteriormente identificado na sua arte, em toda presença cultural de Lúcia Chiappetta, houve e há um reconhecimento de valor, que seria maior se a cultura brasileira tivesse um intercâmbio constante entre os estados, fomentado por uma imprensa mais voltada para a cultura e por publicações culturais universitárias e oficiais.
 


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