Opinião Ary Avellar Diniz: A ambição pelo poder Ary Avellar Diniz é diretor do Colégio Boa Viagem e da Faculdade Pernambucana de Saúde

Publicado em: 08/06/2017 07:15 Atualizado em:

A ambição pelo poder está afeta, em grande parte, aos ditadores useiros e vezeiros em eliminar, total ou parcialmente, seus adversários políticos. Ou colocá-los sob o tacão da sua vontade absoluta, reduzindo-os à condição de escravos. Se bem que existem aqueles que lutam pelo poder respeitando os direitos humanos do povo ou povos que governam.

Mas a verdade é que há os mais radicais extremistas, totalitaristas estudados pelo cientista político e historiador americano (falecido em 2014) Rudolph J. Rummel…

Em valores absolutos, a pecha de maior matador é atribuída ao ditador chinês Mao Tsé-Tung (1893-1976), que mandou para o além 77 milhões de compatriotas.

Considerando-se o valor relativo, cabe ao general Pol Pot o extermínio de 2 milhões de pessoas, o que significou, porém, um terço da população do Camboja entre os anos 1975 e 1979.

O jornalista Roberto Navarro aponta uma lista de ditadores sanguinários que também causa arrepios.

Josef Stalin governou a Rússia de 1922 a 1953. Matou ou mandou matar 43 milhões de pessoas.

O terceiro lugar na lista dos matadores sanguinários pertence a Adolf Hitler, que diversificou as suas execuções da bala certeira à cremação de corpos vivos, ocasionando a morte de um total de 21 milhões de vítimas, principalmente judeus. Ambicioso ao extremo, sua meta final era dominar o mundo. Após tanta soberba, foi derrotado, humilhado e morto ao fim da Segunda Guerra Mundial.

Seguindo a lista, apresenta-se Kublai Khan, “ditador” (Grande Khan) da Mongólia de 1260 a 1294. Fez desaparecer do seio da humanidade 19 milhões de pessoas.

Leopoldo II (1835-1808), da Bélgica, vitimou 10 milhões de seres humanos; Gengis Khan (1162-1227), também da Mongólia, e Hideki Tojo (1884-1948), do Japão, ambos imolaram 4 milhões de pessoas cada um.

Somando todos os cidadãos brutalmente assassinados por esses tiranos, atinge-se quase a população do Brasil!

Parece obra de ficção debruçar-se sobre a extensão dos males já praticados neste mundo, sobrevindo, porém, a dúvida, se é melhor morrer logo, estar com a vida ameaçada de morte ou dar o último suspiro por inanição…

— O ideal é afastar-se dessas alternativas.

Como já foi dito, nem todos os líderes são, forçosamente, perversos ou sedentos de sangue. A história perpetua a imagem de dirigentes que, embora lutassem pelo poder, não foram contaminados pela força do mal: Charles de Gaulle, Winston Churchill, John Kennedy, Nélson Mandela, Margaret Thatcher, Mário Soares, Willy Brandt, Elizabeth II… Até mesmo Napoleão Bonaparte, que provocou mortes, mas nos campos de batalha. Não consta, nos anais da história, que tenha sido desalmado ou assassino cruel.

A submissão é causada pela carência educacional — a ignorância leva o indivíduo a submeter-se às imposições dos poderosos; e estes, por sua vez, não apresentam interesse em educar a massa popular, que, dessa forma, se deixa conduzir mais facilmente.

Conclui-se, assim, que a educação é fundamental para fazer surgir uma relação equilibrada e saudável entre o povo e seus representantes, mandatários de uma nação, principalmente num regime democrático e responsável.

As palavras de Henry Brougham (1778-1868), nesse remate, vêm a calhar: “A educação torna um povo fácil de guiar, mas difícil de dirigir; fácil de governar, mas impossível de escravizar”.


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