OPINIÃO Luzilá Gonçalves Ferreira: O novo presidente Luzilá é Doutora em Letras pela Universidade de Paris VII e Membro da Academia Perambucana de Letras

Publicado em: 30/05/2017 07:44 Atualizado em:

Ao lado de François Hollande, ele tinha o ar de um menino ainda não acostumado com o que acontecera, Et pour cause, na véspera fora eleito presidente da França e o número de votos obtidos ultrapassara as expectativas. Quando os dois homens subiram parte dos Champs Elysées e juntos depositaram a habitual coroa de flores sobre o túmulo do soldado desconhecido, Emmanuel Macron passou a fazer parte integrante da história de um povo que, ao longo de séculos, se bateu pelo direito à liberdade, à igualdade. E a prova estava ali, nos antigos combatentes, alguns dos quais haviam lutado, ainda adolescentes, na liberação de Paris, mais de meio século antes, aqueles mesmos que haviam cantado o Chant des Partisans, o hino da Resistência do chamado Exército das Sombras, e que nenhum amante da França pode escutar sem se comover: “Amigo, se você cair, um amigo sai da sombra, e o substitui”. Após a cerimônia, Hollande reiterou sua amizade e confiança no seu antigo ministro, como de praxe. A vitória de tão jovem político foi saudada por grande parte dos países que creem na União Europeia e aspiram a seu fortalecimento. Pois, se nos perguntamos para onde vai o mundo,  como Milan Kundera, não podemos esquecer que não morreremos no mesmo mundo no qual nascemos (cito de memória). Uma amiga que sabe das coisas, me confessou: “Nunca pensei que torceria por um neoliberal para presidir a França.” Acrescentou. brincando, mas ele é tão bonito que a gente perdoa. Mas como todo político bem intencionado ele vai ter que mettre de l’eau dans son vin” (botar água no vinho). Lembra o encontro com Angela Merkel, o abraço que os uniu e o comentário de um repórter da TV francesa: Ce couple est fait pour s’entendre (esse casal nasceu para se entender). Será?

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