Diario Editorial: Escassez pelo descuido Economizar é palavra que se impõe a todos os brasileiros. Trata-se de recurso finito e, a cada ano, os sinais são mais eloquentes de que o mau uso penaliza maior número de pessoas

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 27/09/2016 07:04 Atualizado em:

Nos últimos meses, o país voltou a se debater com a queda na oferta de água na maioria das regiões. A estiagem prolongada baixou o nível dos reservatórios, levando várias unidades da Federação a apelarem ao racionamento e, assim, evitar um colapso no fornecimento. Economizar é palavra que se impõe a todos os brasileiros. Trata-se de recurso finito e, a cada ano, os sinais são mais eloquentes de que o mau uso penaliza maior número de pessoas e compromete os setores da economia que o têm como insumo principal para a produção.

A gestão de muitas cidades deixa de lado o gerenciamento adequado dos recursos hídricos. Em todo o país, estima-se que a perda de água potável chegue a três vezes a capacidade do volume útil do Sistema Cantareira (SP), que é de 982 milhões de metros cúbicos ou o correspondente a 40% do total produzido nacionalmente. Vazamentos por deficiência na manutenção das redes de distribuição e o furto estão entre as principais causas desse prejuízo.

Deixa-se de lado também os muitos alertas sobre o impacto das mudanças climáticas. As secas têm sido mais prolongadas, intensas e com temperaturas mais elevadas. No período chuvoso, os temporais são mais severos e causam danos gravíssimos em pontos localizados. São sinais de que a maioria dos países, inclusive o Brasil, não tem cumprido o dever de casa, na dimensão exigida, para mitigar a emissão de gases de efeito estufa, uma das principais causas das alterações no clima.

A ocupação desordenada da terra, com destruição da cobertura vegetal, o aterramento de nascentes, a impermeabilização do solo entre outros fatores também contribuem para agravar a redução da oferta de água.  É necessário ter  preocupação em promover campanhas educativas permanentes e de esclarecimentos à população sobre o significado da redução da oferta água, quando a responsabilidade pela preservação do patrimônio natural e do equilíbrio do ecossistema é de todos.

Os investimentos são indispensáveis na implantação de redes de esgoto e tratamento dos efluentes, que contaminam os mananciais, comprometendo a potabilidade da água para consumo humano e dessedentação animal. Ainda hoje a maioria dos gestores  tem preocupação em bancar grandes obras, que possam ser vistas por todos.


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