Opinião Bruno Suassuna C. Monteiro : A governança do meu tamanho "São inúmeras as corporações que ainda não despertaram para os benefícios da adoção de boas práticas de governança"

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 24/08/2016 07:24 Atualizado em:

Por Bruno Suassuna C. Monteiro
Advogado e sócio titular do Suassuna, Guedes & Costa e Silva Advogados Associados

Para muitos empresários a governança corporativa ainda é algo inacessível e distante da sua realidade. Quando falamos das pequenas e médias empresas então, essa sensação é ainda maior. Segundo dados do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco (Sebrae), 99% das empresas no país são micro e pequenas (MPEs) e respondem por 52% dos empregos com carteira assinada no setor privado e 30% do Produto Interno Bruto - PIB.

Desmistificar a governança corporativa como sistema exclusivo e limitado às grandes corporações, demonstrando que as estruturas e instrumentos de boa governança podem ser aplicados às pequenas e médias empresas, tem sido um desafio constante.

São inúmeras as corporações que ainda não despertaram para os benefícios da adoção de boas práticas de governança tais como: maior longevidade, sustentabilidade, melhor performance, controle de riscos, facilitação da sucessão, mitigação de conflitos familiares no negócio, maior valorização, atração de investimentos, entre outros, todos eles, contudo, almejados por empresas de qualquer porte e estágio. Então, por onde começar?

Primeiramente, faz-se necessário, entender a boa governança como um valor intrínseco ao negócio, expresso em atitudes e condutas cotidianas norteadoras da atividade empresarial e neste processo alguns instrumentos e estruturas - acordo de sócios, regimento interno, protocolo familiar, código de conduta e conselho, podem ser bastante oportunos e adequados.

É certo que não existe um modelo ou uma fórmula geral aplicável, ao contrário, cada empresa deverá se estruturar da forma que lhe seja mais apropriada e conveniente, observando e respeitando as suas especificidades. Cada uma é única e deve ser analisada em seus aspectos mais peculiares, ressaltando, contudo, que todas elas enfrentam uma situação comum: o desafio do crescimento.

Atento a importância desta temática, o Projeto Rumo – entidade destinada ao estudo e pesquisa da governança corporativa, evidenciou a existência de procedimentos informais e não sistematizados junto a pequenas e médias empresas da Região Nordeste que indicam indícios de boas práticas e que podem servir de projeção para o início da estruturação de uma boa governança.

Visando aprofundar a discussão, o Rumo em parceria com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa - IBGC -, realizará no dia 23 de setembro, o 2º Fórum Regional de Empresas Familiares do Nordeste, no Hotel Courtyard Marriott, em Boa Viagem, com a participação de especialistas que irão debater este e outros assuntos. Espera-se assim, que o tema ganhe repercussão e possa, enfim, entrar na pauta das pequenas e médias empresas.

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