Ex-presidente FHC diz que foi mal interpretado em mensagem que pedia renúncia de Dilma

Publicado em: 01/09/2015 11:57 Atualizado em:

Conhecido pelas posições moderadas, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) voltou atrás e diz que foi “mal interpretado” quando declarou, há duas semanas atrás, que a saída de Dilma Rousseff (PT) da Presidência da República, seria um “gesto de grandeza”. Ontem, em uma reunião com a comitiva do PSOL, o tucano disse que o sentido da manifestação era “ou renuncia ou governa”. A declaração pedindo o suposto impeachment da petista foi publicada por FHC no seu perfil no Facebook.

A reunião com o PSOL foi realizada em seu instituto, em São Paulo. O encontro foi um pedido de ex-deputada federal e candidata derrotada à Presidência da República Luciana Genro. O grupo de militantes do partido de esquerda foi recebido no instituto na presença da ex-parlamentar para pedir o apoio ao tucano para evitar a aprovação de um projeto no Senado que reduz o espaço dos partidos menores em debates e na TV. FHC ofereceu sua ajuda ao grupo. 

Confira a postagem da FHC sobre a "renúncia" na íntegra:

"O mais significativo das demonstrações, como as de ontem, é a persistência do sentimento popular de que o governo, embora legal, é ilegítimo. Falta-lhe a base moral, que foi corroída pelas falcatruas do lulopetismo. Com a metáfora do boneco vestido de presidiário, a Presidente, mesmo que pessoalmente possa se salvaguardar, sofre contaminação dos malfeitos de seu patrono e vai perdendo condições de governar.

A esta altura, os conchavos de cúpula só aumentam a reação popular negativa e não devolvem legitimidade ao governo, isto é, a aceitação de seu direito de mandar, de conduzir. Se a própria Presidente não for capaz do gesto de grandeza (renúncia ou a voz franca de que errou, e sabe apontar os caminhos da recuperação nacional), assistiremos à desarticulação crescente do governo e do Congresso, a golpes de Lavajato. Até que algum líder com forca moral diga, como o fez Ulysses Guimarães, com a Constituição na mão, ao Collor: você pensa que é presidente, mas já não é mais".



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