Paulo Freire é COMPAZ
Paulo Moraes
Advogado e Secretário Executivo de Segurança Cidadã da Prefeitura do Recife
Publicado em: 23/10/2023 03:00 Atualizado em: 22/10/2023 20:33
Ergue-se no Ibura, mais precisamente na ladeira da Cohab, uma magnífica obra de engenharia e arquitetura. Em breve, esse complexo abrigará outra grande obra de transformação social: a quinta unidade da Rede Compaz, que rende homenagens ao Professor Paulo Freire.
Nele, cada pavimento representa uma trilha de aprendizados, como se o prédio físico encapsulasse os ensinamentos do mestre que lhe empresta nome. No térreo, uma grande praça para lazer e atividades culturais. No pavimento seguinte, mais de 10 serviços atrelados a variadas políticas públicas entregarão cidadania aos seus frequentadores.
O segundo andar abriga a biblioteca e outros espaços educacionais, e no terceiro, junto com varandas que permitem uma vista sem igual da cidade, toda a área esportiva e de dança.
As relações entre o disruptivo programa Compaz e a obra revolucionária do educador recifense são antigas e deitam raízes em sua própria concepção, enquanto espaço físico/simbólico de educação não formal. São movimentos que “abrem a mente” dos usuários para uma nova realidade, em que premissas constitucionais como o acesso a direitos são concretizadas, como um dia sonhou Freire.
Por óbvio, o contexto que Paulo Freire conheceu, desde seu nascimento no Recife, em 1921, assemelha-se à paisagem escolhida com base em indicadores para a implantação dos centros comunitários. Pobreza e desigualdade marcam ambos os cenários e, os dois, os Compaz e a pedagogia freiriana, visam transformar. Afinal, como afirmou o mestre: “ A educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo”
Um dos elementos que também os une é a transdisciplinaridade. O Professor Paulo Freire fundou uma pedagogia alimentada por suas experiências pessoais, com forte preocupação social em torno da educação de adultos no Nordeste brasileiro. Para tanto, valeu-se de conteúdos de outras ciências sociais. Em grande medida, o diferencial dos Compaz é sua abordagem intersetorial, multinível e calcada na cultura de paz. Esses elementos, reunidos, apontam para um caminho viável na prevenção da violência e redução das desigualdades.
Outra associação quase imediata entre o Compaz e a obra do patrono da educação brasileira é a valorização da cultura nordestina, uma constante na narrativa serena e cativante do professor, em especial quando aborda suas origens. É também esse um ponto fundamental no desenvolvimento das atividades culturais que se praticam na Rede Compaz, que dialoga com elementos clássicos ou estrangeiros, mas que, intencionalmente, de forma decolonial, valoriza aspectos locais para fortalecer identidades e, com isso, subjetividades.
Paulo Freire, celebrado e reconhecido mundialmente, numa primeira fase, mais envolvido com a problemática latino-americana, escreve “Pedagogia do Oprimido”. Numa segunda fase, e já tendo aprendido com o continente africano e o exílio na Europa e nos EUA, “reencontra” a Pedagogia do oprimido e, em 1992, escreve a “Pedagogia da Esperança”. Com o novo centro comunitário da paz, a população do Ibura e região poderá percorrer a mesma trajetória que o Professor Paulo Freire, da opressão à esperança, por meio da educação, que é ponto forte do Programa Compaz.
Nele, cada pavimento representa uma trilha de aprendizados, como se o prédio físico encapsulasse os ensinamentos do mestre que lhe empresta nome. No térreo, uma grande praça para lazer e atividades culturais. No pavimento seguinte, mais de 10 serviços atrelados a variadas políticas públicas entregarão cidadania aos seus frequentadores.
O segundo andar abriga a biblioteca e outros espaços educacionais, e no terceiro, junto com varandas que permitem uma vista sem igual da cidade, toda a área esportiva e de dança.
As relações entre o disruptivo programa Compaz e a obra revolucionária do educador recifense são antigas e deitam raízes em sua própria concepção, enquanto espaço físico/simbólico de educação não formal. São movimentos que “abrem a mente” dos usuários para uma nova realidade, em que premissas constitucionais como o acesso a direitos são concretizadas, como um dia sonhou Freire.
Por óbvio, o contexto que Paulo Freire conheceu, desde seu nascimento no Recife, em 1921, assemelha-se à paisagem escolhida com base em indicadores para a implantação dos centros comunitários. Pobreza e desigualdade marcam ambos os cenários e, os dois, os Compaz e a pedagogia freiriana, visam transformar. Afinal, como afirmou o mestre: “ A educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo”
Um dos elementos que também os une é a transdisciplinaridade. O Professor Paulo Freire fundou uma pedagogia alimentada por suas experiências pessoais, com forte preocupação social em torno da educação de adultos no Nordeste brasileiro. Para tanto, valeu-se de conteúdos de outras ciências sociais. Em grande medida, o diferencial dos Compaz é sua abordagem intersetorial, multinível e calcada na cultura de paz. Esses elementos, reunidos, apontam para um caminho viável na prevenção da violência e redução das desigualdades.
Outra associação quase imediata entre o Compaz e a obra do patrono da educação brasileira é a valorização da cultura nordestina, uma constante na narrativa serena e cativante do professor, em especial quando aborda suas origens. É também esse um ponto fundamental no desenvolvimento das atividades culturais que se praticam na Rede Compaz, que dialoga com elementos clássicos ou estrangeiros, mas que, intencionalmente, de forma decolonial, valoriza aspectos locais para fortalecer identidades e, com isso, subjetividades.
Paulo Freire, celebrado e reconhecido mundialmente, numa primeira fase, mais envolvido com a problemática latino-americana, escreve “Pedagogia do Oprimido”. Numa segunda fase, e já tendo aprendido com o continente africano e o exílio na Europa e nos EUA, “reencontra” a Pedagogia do oprimido e, em 1992, escreve a “Pedagogia da Esperança”. Com o novo centro comunitário da paz, a população do Ibura e região poderá percorrer a mesma trajetória que o Professor Paulo Freire, da opressão à esperança, por meio da educação, que é ponto forte do Programa Compaz.
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