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Lojas que dominaram o comércio do Recife e já fecharam

João Alberto Martins Sobral
Jornalista

Publicado em: 02/10/2020 03:00 Atualizado em: 02/10/2020 06:07

O Recife tem uma grande tradição de comércio, dos mascates. Vou tentar relembrar algumas lojas que fizeram sucesso na nossa cidade e despareceram.

Viana Leal: É sem dúvida a loja mais famosa de toda a história do Recife. Bem mais antiga do que se pensa, foi inaugurada em 1929, pelo empresário Manoel Leal, que tinha um sócio chamado Viana, daí o nome da casa. Em 1942, inaugurou a loja da Rua da Palma, com seis  andares, centenas de funcionários. Recebeu em 1954 a primeira escada rolante do Norte e Nordeste, que virou sensação na cidade. No Natal, todo mundo subia para encontrar o Papai Noel. Fez sucesso por muitos anos e começou a decair depois da abertura de uma filial em Boa Viagem, que não deu certo, colecionando prejuízos à empresa.

Mesbla: Uma filial de uma rede do Rio de Janeiro, de origem francesa. Começou na Rua da Palma, verdadeiro magazine, vendendo de tudo, inclusive perfumes e cosméticos internacionais. Em 1980 foi destruída por um incêndio e reabriu na Conde da Boa Vista, onde hoje está o Shopping Boa Vista. Tinha ainda a Mesbla Veículos no Cais de Santa Rita. Também chegou a ter unidade no Shopping Recife. Fechou em 1999, com a falência da cadeia.

Lojas Brasileiras: Era mais conhecida como Lobrás e ficava na Rua Nova, vizinha à Matriz da Conceição dos Militares. No dia 21 de dezembro de 1994, sofreu um incêndio, que começou numa árvore de Natal, matou duas pessoas, feriu 18 e destruiu todo o prédio. Causou uma grande consternação na cidade.

Dunga Mate: Exatamente no terreno onde funcionou a Lobrás, por muitos anos operou o Dunga Mate, que passou a ser ponto obrigatório de quem ia ao Centro. Faziam sucesso o mate com limão, com maçã, com leite. Até hoje, nenhuma loja especializada na venda de chá mate conseguiu o mesmo sucesso.

Sloper: Ficava na esquina da Rua da Palma e Nova, onde hoje é loja da Esposende. Era tida como a mais sofisticada da cidade. Roupas, luvas, maquiagem importada, chapéus, maiôs Catalina (o usado pelas misses), tudo era na Sloper. Na época tinha gente com medo de entrar nela, exatamente pelos altos preços que cobrava.

Etam: Outra loja carioca que teve filial no Recife foi a Etam, especializada em moda feminina, que era a preferida pelas colunáveis da época.

Ramiro Costa: Uma livraria onde se encontrava de tudo, a começar dos livros escolares e produtos importados, como as canetas Parker, a Mont Blanc da época. Eram conhecidos seus cartões postais pintados à mão. Foi fundada em 1888, funcionou por mais de 100 anos, na esquina da Avenida Martins de Barros e 1º de março, e que ia até a Rua do Imperador.

Loja do Bom Gosto: Ficava na Rua da Aurora, pertinho da Rua da Imperatriz. Inicialmente vendia discos, os long plays da época, depois comercializou também aparelhos de som. Era uma das mais bonitas da cidade. Era do empresário José Rozemblit, que foi presidente do Sport e depois fundou a Fábrica de Discos Rozemblit, na Estrada dos Remédios.

Casa Holanda: Era especializada em móveis residenciais de alta qualidade, muitos assinados por desginers famosos. Pelo alto custo das peças, era frequentado pelos ricos da época.

Remilet Calçados: Era uma cadeia de sapatarias, com várias lojas pela cidade e foi durante muito tempo a mais famosa da cidade. José Silvério, conhecido jornalista esportivo, por muitos anos trabalhou como vendedor numa das lojas da rede.

Silvestrelândia: Uma das primeiras lojas de artigos importados do Recife, na Conselheiro Portela, no Espinheiro. Muita gente saia dos seus bairros para comprar seus artigos exclusivos, especialmente cigarros e perfumes. Era de Geraldo Silvestre, que foi um dos maiores amigos de Roberto Carlos na nossa cidade.

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