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Hotéis do Recife que fecharam e deixaram saudade...

João Alberto Martins Sobral
Jornalista

Publicado em: 11/09/2020 03:00 Atualizado em: 10/09/2020 22:59

Grande Hotel: Dominou a hotelaria da nossa cidade por muitos e muitos anos, hospedando incontáveis nomes famosos, nacionais e estrangeiros. Foi inaugurado em 1938, pelo empresário Alfredo Bianchi, com uma grande festa que teve como principal atração show de Francisco Alves, na época o cantor mais famoso do Brasil. Funcionou como cassino até 1946 e tinha entre os destaques o Salão Azul, local dos eventos mais elegantes da cidade. Em 1955, sua administração foi transferida para o Grupo Monte. O hotel ganhou nova vida e seu restaurante no primeiro andar transformou-se no mais famoso da cidade. E criou o bar Esquina 17, sempre cheio no happy hour e que tinha uma figura digamos histórica, o Guarda Belo. Entre os que se hospedaram no hotel o presidente francês Charles De Gaulle, o presidente americano Dwight Eisenhower, o imperador da Etiopia, Haile Sallasie, o cineasta Orson Welles e os atores Errol Flynn e Libertad Lamarque. Em 1968 o prédio foi devolvido ao governo do estado e cedido ao Tribunal de Justiça para instalar o Fórum Thomaz de Aquino.

Hotel Boa Viagem: Foi o primeiro edifício de grande porte de Boa Viagem, junto da Pracinha. Inaugurado em 1954, foi durante muitos e muitos anos o grande point do Recife, onde se hospedavam os visitantes mais famosos. Pertencia ao Grupo Dias Lins, com 100 apartamentos de luxo, todos com vista para o mar. Foi cenário de incontáveis episódios, como um muito polêmico: durante várias semanas, hospedou tripulantes de um avião do Líbano, enviado pelo ditador Muamar Kadafi, cheio de armas, que foi apreendido na Base Aérea do Recife. Depois de muitas negociações, a aeronave foi liberada e os militares voltaram para seu país, muitos deixando amigos (e principalmente amigas) na cidade. O hotel teve duas boates de sucesso, a Number One e a Champagne. Depois, entrou em decadência e acabou derrubado para dar lugar a dois edifícios de luxo.

Hotel Guararapes: Era do Grupo Monte, que tinha o Grande Hotel e o Miramar, e mais dois hotéis em Salvador. Ficava na esquina da Rua da Palma com a Matias de Albuquerque, bem em frente ao Cinema Art Palácio. Tinha três estrelas e era procurado especialmente por representantes de empresas comerciais. Ficou conhecido por ter sido palco de dois suicídios que tiveram grande repercussão.

Quatro de Outubro: Ficava na Rua Floriano Peixoto, bem em frente à Casa da Cultura, onde hoje está o Procon de Pernambuco. No folclore circulava a informação de que era um local em que algumas poderosas autoridades usavam para encontros, digamos, amorosos, poucos republicanos.

São Domingos: Localizado na Praça Maciel Pinheiro, era do grupo Dias e, durante muitos anos, foi famoso especialmente por receber os principais artistas que vinham participar dos programas de televisão do Recife e delegações de times de futebol. Pelé e Roberto Carlos estiveram nele algumas vezes. Seu restaurante também fez sucesso. Era comandado por Luiz Dias, uma figura queridíssima, que brincava comigo, ao afirmar que vivia da noite, só acordava às 18h.

Hotel Recife: Era um tradicional, duas estrelas na Rua Marquês do Recife, junto ao Gabinete Português de Leitura.Por ficar junto da Rádio Jornal, era usado por muitos dos músicos que se apresentavam no seu auditório e depois na boate Rosa Amarela. No local hoje funciona a Faculdade de Enfermagem do Hospital Português.

Hotel Nassau: Ficava na Rua Larga do Rosário, pertinho da Praça da Independência. Pertencia ao mesmo grupo do Hotel Jangadeiro e funcionou por muitos anos voltado especialmente para o segmento de vendedores comerciais.

Hotel Santini: O empresário David Santini, conhecido pelo seu espírito empreendedor, decidiu construir um hotel na Rua Barão da Vitória, juntinho da Estação Central. Chamava atenção pela sua arquitetura com as paredes chapiscadas e pintadas de verde água.

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