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Contribuições da Cirurgia Plástica de Pernambuco para o Brasil e o Mundo

Moises Wolfenson
Moises Wolfenson, PhD em Cirurgia Plástica - Escritor e Historiador

Publicado em: 09/12/2019 03:00 Atualizado em: 09/12/2019 05:59

Conhecemos várias estórias interessantes sobre nosso Estado. Uma delas, a de que os rios Capibaribe e Beberibe se unem para formar o oceano atlântico. Trata-se apenas de uma lenda risível e incapaz de destruir a beleza do segundo maior oceano do mundo, depois do Pacífico.

O que não é lenda, e já se tornou parte da história da medicina, é que no próximo ano, 2020, estaremos comemorando 70 anos da fundação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Regional de Pernambuco, em 1950, com a participação dos pioneiros na especialidade em nosso estado. Tivemos  João Alfredo (primeiro cirurgião e pai da cirurgia plástica pernambucana) e de outro ícone, Prof. Rebello Netto, pai da cirurgia plástica brasileira.

Unir mestres da estética  pernambucana é um desafio: Perseu Lemos criou e formou uma escola de Cirurgia Plástica no N/NE. Publicou várias técnicas inéditas. A Queilozetaplastias, apresentado em Roma e reconhecido no mundo, através do Dr Ralph Millard de Miami, maior especialista do planeta em fissurados  de boca .

Foi o pioneiro no Brasil em realizar missões humanitárias. Em 1971, em plena guerra do Vietnã, foi ensinar médicos vietnamitas a tratar deformidades congênitas e cuidar de crianças queimadas, vítimas de Napalm, no Cambodja. Na sequência, o seu  ex-residente Rui Pereira, passou a realizar missões humanitárias ,a partir dos anos 2000, tratando defeitos congênitos na população de países como Vietnã, Cambodja, Colômbia, Peru.

Um grande feito  de outro pernambucano, fundação do primeiro hospital especializado em mão no Brasil - o SOS Mãos - pelo cirurgião plástico  Rui Ferreira.  Ele realiza cirurgias reparadoras em missões humanitárias aqui no país, e no exterior , como no Egito, Colômbia, Iran, Jordânia, totalizando até agora 39 missões.

Nossas contribuições cientificas não param. Recentemente, Marcelo Borges, anuncia um novo projeto na sua área, a utilização da pele de tilápia no tratamento de queimados. Trata-se de um recurso impactante, especialmente na redução do custo, no tempo de hospitalização, no conforto do paciente. Para se ter uma ideia, a pele de tilápia com uma área de 20x10 cm custa em média R. Esta mesma área de pele artificial vai à casa dos R$ 70.000,00. O curativo de um queimado deve ser trocado a cada 2 dias, sempre com dores, necessitando a presença do anestesista. Com uso da pele de tilápia, os curativos passam a ser de 15 em 15 dias.

Outro pernambucano que não poderíamos esquecer é  nosso Fernando Basto, especialista em tratamento da calvície, com técnicas publicadas e reconhecidas no exterior, com uma estatística excelente: 5.370 procedimentos no Hospital Memorial, no Recife; 714 no exterior. Ele que tem revalida em Portugal e opera também na Suíça. Ainda registramos o primeiro serviço de cirurgia plástica em hospital do exército no Brasil, em 1974, no Hospital Geral do Recife, HGR, sob nossa direção, fomos chefe da cirurgia plástica  de 1974-1979.

Lembro que em certo momento tivemos um Insight :por que não criarmos o Museu da Cirurgia Plastica Brasileira? Assim ,com apoio dos colegas  de vários estados, implantamos o Museu da Cirurgia Plástica do Brasil, em 2000.

= Para finalizar, em  2009, portanto há 10 anos ,trouxemos de Harvard o método Slimlipo, a laser lipólise ou lipoaspiração a laser.

Para contar estas e muitas outras histórias já iniciamos uma nova edição do livro: A Saga da Cirurgia Plastica em Pernambuco II.    

Concluo com entisiasmo:“Um país sem história não tem passado e nada para contar no futuro” .

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