![Ministro ucraniano das Relações Exteriores, Andrii Sybiha (Foto: Punit PARANJPE/AFP) Ministro ucraniano das Relações Exteriores, Andrii Sybiha (Foto: Punit PARANJPE/AFP)]() |
Ministro ucraniano das Relações Exteriores, Andrii Sybiha (Foto: Punit PARANJPE/AFP) |
O governo da Ucrânia pediu a convocação de uma reunião urgente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas para terça-feira (8), depois do ataque russo com mísseis à cidade natal do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Kryvyi Rih, na semana passada. A ofensiva matou 20 civis, incluindo nove crianças atingidas num parque infantil. Foi o maior número de crianças ucranianas mortas num único ataque desde 2022.
“A Ucrânia procedeu à convocação de uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU e uma reunião especial do Conselho Permanente da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) para discutir os crimes russos. Ambas as reuniões serão realizadas amanhã e ajudarão a promover os esforços de paz e a responsabilização da Rússia. Uma resposta internacional robusta às atrocidades russas é fundamental. Tal terror nunca deve ser normalizado. Apelamos tanto a uma forte condenação como a uma ação firme. A Rússia deve cessar o seu terror contra as crianças e os civis ucranianos, responder à proposta de cessar-fogo total dos EUA, que a Ucrânia aceitou, e pôr fim à guerra”, anunciou o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Andrii Sybiha.
"A vingança será inevitável, porque este é um crime sem prazo de prescrição", afirmou Oleksandr Vilkul, presidente da Câmara de Kryvyi Rih.
Em contrapartida, o Kremlin disse que tinha como alvo uma reunião de militares ucranianos, mas Kiev rejeitou completamente tais alegações.
"O uso de uma arma explosiva com efeitos numa grande área pela Rússia numa região densamente povoada, e sem qualquer presença militar aparente, demonstra um desrespeito imprudente pela vida civil. Mesmo que as autoridades russas tivessem informações de que poderiam estar presentes militares, o modo e as circunstâncias do ataque podem constituir um ataque indiscriminado", disse VolkerTürk, alto comissário das Nações Unidas para os direitos humanos.
Já Moscou continua reticente à assinatura de um acordo total de um cessar-fogo na Ucrânia, mesmo com a pressão de Washington. “Vladimir Putin apoia a ideia da necessidade de um cessar-fogo, mas antes disso, toda uma série de questões permanece sem resposta. Estas questões incluem a incapacidade do regime de Kiev para controlar vários grupos extremistas e "planos para uma maior militarização da Ucrânia", declarou hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
A administração de Donald Trump tem mantido conversações indiretas com as autoridades russas e ucranianas na Arábia Saudita, mas o presidente norte-americano ainda não conseguiu pôr fim às hostilidades.
Enquanto isso, Kiev acusa os russos de terem aumento as ofensivas ao seu território. Nas últimas horas a capital ucraniana foi atingida por um ataque em alta escala, considerado um dos mais violentos.
No domingo, Trump condenou estes ataques russos. "Estamos falando com a Rússia. Gostava que ele (Putin) parasse. Não gosto dos bombardeios. E os bombardeios continuam e continuam", comentou.
O presidente dos Estados Unidos já expressou sua insatisfação com o ritmo lento das negociações e com a atitude de Vladimir Putin, afirmando estar muito zangado, furioso com ele após sua ideia de uma administração de transição na Ucrânia, sugerindo a saída de Volodymyr Zelensky do poder.
Em meados de março, o governo de Kiev aceitou uma proposta norte-americana de uma cessação incondicional dos combates durante 30 dias. Entretanto, a Rússia recusou este acordo, mas aceitou uma trégua no Mar Negro e a suspensão dos ataques às infraestruturas energéticas. No entanto, a sua implementação permanece duvidosa e problemática, com ambos os lados a trocarem acusações da violação do acordo.