GUERRA NA UCRÂNIA
Ucrânia acusa China de envolvimento na guerra
Zelensky pediu aos países aliados que respondam ao envolvimento da ChinaPublicado em: 08/04/2025 18:33
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Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (foto: GENYA SAVILOV/AFP ) |
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, comunicou hoje que foram capturados dois cidadãos chineses que combatiam integrados nas fileiras do exército russo na região de Donetsk.
“A detenção destes soldados chineses coloca em causa a posição declarada da China a favor da paz e prejudica a credibilidade de Pequim como membro permanente responsável do Conselho de Segurança das Nações Unidas", afirmou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andriy Sybiga.
O embaixador chinês em Kiev foi já convocado por Sybiga para explicações. Zelensky deu instruções ao chanceler ucraniano para esclarecer como é que a China tenciona reagir a esta situação. "Seja direto ou indireto, o envolvimento da China, juntamente com outros países, nesta guerra na Europa, é um sinal claro de que o presidente russo, Vladimir Putin, está disposto a fazer tudo menos a pôr fim à guerra e procura formas de continuar a combater", afirmou Zelensky.
O líder ucraniano pediu aos países aliados que respondam ao envolvimento da China, apelando a uma resposta dos Estados Unidos, da Europa e do resto da comunidade internacional que quer a paz. "Este é um novo país que está apoiando militarmente a invasão da Ucrânia pela Rússia, ao lado da Rússia, depois do Irã e do exército norte-coreano", acusou, colocando em dúvida a posição neutra de Pequim no conflito.
Zelensky avançou que o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) trabalha com o exército ucraniano e outras estruturas de serviços secretos para obter mais detalhes sobre a participação destes chineses na guerra. "Temos os documentos destes prisioneiros, cartões bancários e dados pessoais. Eles foram capturados em Donetsk, durante confrontos nos quais participaram seis militares chineses, junto à aldeia de Bilogorivka. Mas, temos ainda informações que sugerem que há muitos mais cidadãos chineses nas unidades do ocupante", revelou.
A China se colocou como um potencial mediador no conflito ucraniano, mas sem nunca ter condenado o Kremlin. Além disso, é um importante aliado político e econômico da Rússia, sendo acusada pelo Ocidente de ajudar Moscou a contornar as sanções e permitir que adquira componentes tecnológicos necessários para a produção de armas.
No entanto, tanto o exército russo como o ucraniano têm cidadãos estrangeiros a combater nas suas tropas. Os russos dizem ter capturado colombianos, britânicos, norte-americanos e australianos, voluntários nos contingentes ucranianos.