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TARIFAS

Trump ameaça China com tarifa adicional de 50%

Desde que retornou à Casa Branca, Trump impôs uma tarifa adicional de 20% sobre as importações chinesas
Por: AFP

Publicado em: 07/04/2025 22:01 | Atualizado em: 07/04/2025 22:02

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (foto: SAUL LOEB/AFP
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Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (foto: SAUL LOEB/AFP )

 O presidente dos Estados, Donald Trump, ameaçou, nesta segunda-feira (7), aumentar as tarifas sobre produtos chineses em mais 50% se Pequim insistir em sua contraofensiva aduaneira, mas deixou as portas abertas para negociar com os demais países afetados.

 

"Se a China não retirar seu aumento de 34% sobre seus já prolongados abusos comerciais" até 8 de abril, "os Estados Unidos vão impor tarifas ADICIONAIS à China de 50%, a partir de 9 de abril", alertou Trump em sua plataforma, Truth Social.

 

Desde que retornou à Casa Branca, Trump impôs uma tarifa adicional de 20% sobre as importações chinesas por supostamente tolerar o tráfico de substâncias usadas para fabricar fentanil. Aumentará para 54% a partir de 9 de abril, com os 34% adicionais anunciados na semana passada.

 

 

 

'Subirão para 104%'

 

Consultada pela AFP, a Casa Branca confirmou que, se Donald Trump cumprir sua nova ameaça, os impostos vão disparar para 104%.

 

Por meio da sua embaixada em Washington, a China respondeu que não vai voltar atrás diante de pressões e ameaças e que vai proteger "firmemente seus direitos e interesses legítimos". Trump disse que já não quer se reunir com autoridades chinesas, mas que está disposto a negociar "acordos justos" com outros países, o que não significa que vá retroceder, ressaltou.

 

Os mercados estavam atentos ao menor sinal de que a política de Trump seria flexibilizada, o que ele descartou. O primeiro líder estrangeiro a ser recebido na Casa Branca pelo presidente americano desde os anúncios tarifários da semana passada foi o premier de Israel, Benjamin Netanyahu.

 

A agitação diplomática para minimizar os efeitos das sobretaxas continua. O republicano acusa os parceiros econômicos dos Estados Unidos de "saqueá-los" e impôs uma tarifa universal de 10% sobre a maioria de seus produtos importados, que entrou em vigor no sábado.

 

Na próxima quarta-feira, reserva sobretaxas ainda maiores para dezenas de parceiros comerciais importantes, principalmente a União Europeia (20%) e a China.

 

Da Ásia à Europa, os parceiros comerciais dos Estados Unidos tentam convencer Trump a aliviar as medidas. A União Europeia propôs uma isenção tarifária total e recíproca para produtos industriais aos Estados Unidos, segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Mas Trump considerou a oferta "insuficiente".

 

O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, afirma ter chegado a um acordo com Trump para continuar as negociações.

 

Bangladesh, o segundo maior fabricante de vestuário do mundo, pediu a Washington que suspenda a aplicação de novas tarifas alfandegárias por três meses.

 

"Mais de 50 países" entraram em contato com o governo dos Estados Unidos", disse à NBC o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent. "Veremos se o que eles têm a oferecer é confiável", acrescentou.

 

Em sua opinião, não é algo que pode ser negociado em "dias ou semanas", então ele deu a entender que as tarifas podem permanecer em vigor por vários meses.

 

As medidas de Trump são um golpe para o mercado de ações e para as famílias que nele investem suas economias.

 

Depois de uma quinta e sexta-feira difíceis, a segunda-feira ainda foi um dia de nervosismo nos mercados. Hong Kong caiu mais de 13%, e o índice Nikkei, de Tóquio, 7,8%.

 

As bolsas europeias fecharam em forte baixa e, em Wall Street, o dia foi marcado por uma grande expectativa, embora os índices não tenham despencado.

 

"Não sejam fracos! Não sejam estúpidos!... Sejam fortes, corajosos e pacientes, e a grandeza será o resultado!", publicou Trump na Truth Social, pouco antes da abertura de Wall Street. "Não há inflação", insistiu.

 

A maioria dos economistas espera que as tarifas aumentem a inflação e desacelerem o crescimento.

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