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Organização das Nações Unidas

ONU: ações de Israel ameaçam 'a capacidade futura' dos palestinos de viver em Gaza

Alto Comissariado da ONU enfatizou a grande porcentagem de vítimas crianças e mulheres em meio à ataques israelenses
Por: AFP

Publicado em: 11/04/2025 09:05

 (Foto: Omar AL-QATTAA / AFP)
Foto: Omar AL-QATTAA / AFP

 

As ações de Israel na Faixa de Gaza ameaçam "a capacidade futura" dos palestinos de viver neste território, advertiu nesta sexta-feira (11) uma porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.

 

"A morte, a destruição, os deslocamentos, a negação de acesso às necessidades básicas em Gaza e a ideia repetida de que os habitantes de Gaza devem abandonar o território por completo despertam uma verdadeira preocupação sobre a capacidade futura dos palestinos para viver como grupo em Gaza", declarou a porta-voz Ravina Shamdasani em um coletiva de imprensa em Genebra.

 

"Nossa declaração de hoje eleva nossa preocupação a um nível superior devido ao efeito cumulativo do que está ocorrendo em Gaza", afirmou.

 

O Alto Comissariado denunciou o impacto sobre a população civil dos ataques israelenses contra a Faixa de Gaza nas últimas semanas, indicando que "um grande porcentagem das vítimas é de crianças e mulheres".

 

"Entre 18 de março e 9 de abril de 2025, cerca de 224 bombardeios israelenses foram lançados contra edifícios residenciais e abrigos para deslocados", indicou seu gabinete em um comunicado, no qual afirmou que nos "36 ataques registrados e confirmados" pelo Alto Comissariado, as vítimas "foram até agora apenas mulheres e crianças".

 

Somam-se a isso "ataques e assassinatos de jornalistas palestinos", e o Alto Comissariado lembra que atacar intencionalmente civis não diretamente envolvidos nas hostilidades constitui um crime de guerra.

 

O bloqueio imposto à Faixa de Gaza durante seis semanas e as declarações de autoridades israelenses condicionando a entrada de ajuda humanitária à libertação de reféns do Hamas podem parecer, por um lado, uma punição coletiva e, por outro, uma vontade de matar a população de fome — dois "crimes de direito internacional", destacou.

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