ORIENTE MÉDIO
Hamas rejeita nova proposta de Israel
Proposta incluiria a libertação de 11 reféns vivos, inclusive o israelense-norte-americano Idan AlexanderPublicado em: 02/04/2025 18:27
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Faixa de Gaza (foto: BASHAR TALEB/AFP) |
Nesta quarta-feira (2), o Hamas rejeitou uma proposta de Israel para uma trégua de 40 dias na Faixa de Gaza, que incluiria a libertação de 11 reféns vivos, inclusive o israelense-norte-americano Idan Alexander, no início e a entrega de mais 16 corpos ao fim de dez dias.
Uma fonte no Egito ainda revelou à agência de noticias EFE, que a proposta também implica na manutenção das tropas de Israel na “zona tampão” de Gaza, uma vez que já existe uma expansão no terreno das forças israelenses.
A proposta apresentada ao Hamas por meio dos mediadores abrangia, além disso, uma troca gradual de prisioneiros palestinos, mas o grupo deveria fornecer informações sobre todos os reféns, vivos ou mortos, no quinto dia de trégua, e então no décimo dia seriam entregues os corpos de 16 israelenses. O plano proposto previa, paralelamente, a realização de negociações durante o período de tréguas para completar a fase seguinte do acordo.
O membro do gabinete político do Hamas, Basem Naim, confirmou à recusa da oferta e apontou ainda que no acordo assinado com Israel em 19 de janeiro, que conduziu a um cessar-fogo e a troca de reféns e prisioneiros palestinos, também se previa a negociação de uma segunda fase em que Israel abandonaria Gaza, mas estas negociações nunca chegaram a acontecer. Israel rompeu ao fim de dois meses o acordo e retomou a guerra em Gaza.
A fonte no Cairo contou que prosseguem negociações indiretas, mas que a delegação de Tel Aviv afirmou que a rejeição da proposta configura em operações terrestres alargadas em Gaza, no aumento da pressão militar, incluindo a tomada de território adicional, e de uma escalada de ataques.
Enquanto isso, a organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) alerta para as graves consequências humanitárias do cerco militar israelense em Gaza e que o estoque de medicamentos e reservas de sangue no território já estão completamente no final. A MSF apelou às autoridades de Israel para que cessem os ataques e permitam a entrada de ajuda humanitária.
Um bombardeio hoje das tropas israelenses também matou 22 pessoas em uma clínica da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos (UNRWA) em Jabalia, no norte de Gaza. Entre as vítimas estão pelo menos 16 mulheres, crianças e idosos além de dezenas de feridos graves.
As Forças de Defesa de Israel confirmaram o ataque e disseram que a clínica era um complexo de comando e controle do Hamas.