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GUERRA TARIFÁRIA

EUA passará a impor taxa de 104% aos produtos chineses

O presidente norte-americano tinha ameaçado aumentar as taxas se a China não suspendesse as tarifas retaliatórias até ao meio-dia desta terça-feira (8)

Publicado em: 08/04/2025 15:56 | Atualizado em: 08/04/2025 15:57

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump  (Crédito: SAUL LOEB / AFP)
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Crédito: SAUL LOEB / AFP)

A Casa Branca anunciou que as tarifas sobre as importações chinesas nos Estados Unidos chegarão ao todo a 104% a partir de quarta-feira (9). É a resposta do presidente Donald Trump à retaliação por parte do governo de Pequim. Na semana passada a China declarou um imposto de 34% sobre os produtos norte-americanos como forma de resposta às taxas de 54% anunciadas anteriormente por Washington.

 

O presidente norte-americano tinha ameaçado aumentar as taxas se a China não suspendesse as tarifas retaliatórias até ao meio-dia desta terça-feira, data limite estabelecida por Trump. Assim, a partir das 00h01 de amanhã, os EUA vão impor uma tarifa adicional de 50% à China, somando-se à taxa de 54% já anunciada recentemente.

 

"Se a China não retirar o seu aumento de 34% que vem em cima dos seus abusos comerciais já de longa data até amanhã, 8 de abril de 2025, os Estados Unidos imporão tarifas ADICIONAIS à China de 50% a partir de 9 de abril", escreveu Trump na rede social Truth Social na segunda-feira.

 

Pequim, por sua vez, rejeitou até o momento ceder ao que apelidou de “chantagem” por parte de Trump e prometeu lutar até ao fim, sugerindo que aumentaria novamente as taxas se os EUA decidissem impor tarifas adicionais.

 

O líder norte-americano considera que a China precisa de fazer um acordo com os EUA. "Os chineses querem fazer um acordo. Simplesmente não sabem como fazê-lo. Se a China estender a mão, Trump seria incrivelmente gentil, mas fará o que for melhor para o povo americano",  disse hoje a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.

 

As bolsas norte-americanas tinham ganhado fôlego e registrado ganhos no início do dia, mas voltaram a recuar com a notícia de que as tarifas sobre a China entrariam em vigor. Os mercados globais haviam registrado melhorias devido à esperança e expectativas de que Trump pudesse estar disposto a negociar a redução das tarifas por país. No entanto, a Casa Branca deixou claro que as tarifas específicas de cada país, até 50%, entrariam em vigor às 00h01, conforme o planejado.

 

 

Reflexos na política

 

Enquanto isso, um grupo de sete senadores republicanos se juntou à oposição democrata para tentar limitar os poderes do presidente Trump. O projeto de lei quer, desde logo, travar o poder de impor tarifas. A chamada "Lei de Revisão do Comércio" quer obrigar o presidente dos EUA a obter a aprovação do Congresso antes de impor tarifas alfandegárias e ainda propõe que as tarifas só possam ser prorrogadas, por um máximo de dois meses.

 

Já o multibilionário Elon Musk apelidou de "idiota" o conselheiro sênior de Donald Trump, Peter Navarro, em mais um sinal de divisões no governo norte-americano. Navarro afirmou em entrevista à CNBC, que, quando se trata de tarifas e comércio, Musk é um montador de automóveis, não um fabricante. "Musk quer peças estrangeiras baratas, mas nós as queremos em casa", enfatizou.

 

Estes comentário irritou Musk , que reagiu através da sua rede social X.

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