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Guerra da Ucrânia

China nega ter conhecimento de chineses combatendo na Ucrânia

Volodymyr Zelensky, no entanto, afirma ter nomes e dados dos soldados chineses que estariam ao lado da Rússia

Publicado em: 10/04/2025 12:23

 (Foto: Genya SAVILOV / AFP)
Foto: Genya SAVILOV / AFP

 

A China negou as alegações do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky de que teria conhecimento que chineses estão combatendo junto às forças russas na guerra da Ucrânia.

 

O porta-voz da chancelaria chinesa, Lin Jian, classificou as acusações de Zelensky como observações irresponsáveis. "Aconselhamos que as partes relevantes a reconhecerem o papel da China de forma correta e clara", disse Lin, acrescentando que o governo de Pequim sempre aconselha os seus cidadãos a evitar qualquer conflito estrangeiro e, em particular, desencoraja a se aliarem a operações militares no exterior.

 

A declaração da China acontece após Zelensky ter afirmado que a Ucrânia tinha provas de que pelo menos 155 cidadãos chineses estavam lutando ao lado da Rússia em território ucraniano, tendo apresentado inclusive os nomes e os dados dos passaportes na coletiva de imprensa, e que dois soldados também já haviam sido capturados no campo de batalha na região de Donetsk. "Acreditamos que há muitos mais", garantiu.

 

O líder da Ucrânia ainda avançou que tem a data em que chegaram à Rússia para receberem formação militar e quando partiram para o combate.

 

“A detenção destes soldados chineses coloca em causa a posição declarada da China a favor da paz e prejudica a credibilidade de Pequim como membro permanente responsável do Conselho de Segurança das Nações Unidas", acusou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andriy Sybiga.

 

O embaixador chinês em Kiev foi convocado por Sybiga para explicações. "Seja direto ou indireto, o envolvimento da China, juntamente com outros países, nesta guerra na Europa, é um sinal claro de que o presidente russo, Vladimir Putin, está disposto a fazer tudo menos a pôr fim à guerra e procura formas de continuar a combater", disse Zelensky.

 

O líder ucraniano pediu aos países aliados que respondam ao envolvimento da China, apelando a uma resposta dos Estados Unidos, da Europa e do resto da comunidade internacional que quer a paz. Zelensky indicou que as autoridades norte-americanas manifestaram surpresa quando foram informadas da presença de mercenários chineses na Ucrânia.

 

"Este é um novo país que está apoiando militarmente a invasão da Ucrânia pela Rússia, ao lado da Rússia, depois do Irã e do exército norte-coreano", denunciou, colocando em dúvida a posição neutra de Pequim no conflito.

 

A China sempre manteve neutralidade no conflito, mas também nunca condenou ou criticou abertamente Moscou pela invasão da Ucrânia. Além disso, é uma importante aliada política e econômica da Rússia, sendo acusada pelo Ocidente de ajudar Moscou a contornar e driblar as sanções e permitir que adquira componentes tecnológicos necessários para a produção de armas.

 

Já o exército russo e o ucraniano têm mercenários ou voluntários estrangeiros combatendo em suas tropas. 

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