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GUERRA COMERCIAL

Após tarifas norte-americanas, Macron pede suspensão de investimentos nos EUA

O presidente francês criticou a decisão do líder norte-americano, Donald Trump, de impor tarifas aos produtos europeus

Publicado em: 03/04/2025 15:36 | Atualizado em: 03/04/2025 15:40

Presidente da França, Emmanuel Macron (fotos: THIBAUD MORITZ/AFP
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Presidente da França, Emmanuel Macron (fotos: THIBAUD MORITZ/AFP )

Nesta quinta-feira (3) o presidente da França, Emmanuel Macron, criticou a decisão do líder norte-americano, Donald Trump, de impor tarifas aos produtos europeus, que considerou brutal e infundada. Macron apelou para a suspensão de investimentos nos Estados Unidos.

 

“As medidas anunciadas por Donald Trump são extremamente graves para a economia europeia. "O que é importante é que os investimentos que estão para vir ou que foram anunciados nas últimas semanas sejam suspensos por um tempo até que tenhamos esclarecido as questões com os EUA. Qual seria a mensagem de ter grandes atores europeus a investir milhares de milhões de euros na economia americana numa altura em que estão nos minando?", avançou Macron numa reunião, no Palácio do Eliseu, com representantes das indústrias francesas mais afetadas pela imposição destas tarifas aduaneiras.

 

No entanto, Macron ainda alertou para o impacto da medida também nos EUA. "Uma coisa é certa, com estas decisões, a economia americana e os americanos, sejam empresas ou cidadãos, sairão mais fracos do que ontem, e mais pobres", declarou.

 

O dirigente francês também pediu aos europeus para que permaneçam unidos, advertindo contra qualquer tentação de atuar isoladamente.

 

Donald Trump anunciou na quarta-feira novas tarifas de 20% a produtos importados da União Europeia e que acrescem às de 25% sobre os setores automobilísticos, aço e alumínio.

 

Além disso, a porta-voz do governo francês, Sophie Primas, enfatizou hoje que a União Europeia está pronta para uma guerra comercial com os EUA, tem à sua disposição uma gama completa de ferramentas e que planeja atacar os serviços digitais em resposta às taxas alfandegárias anunciadas por Trump. “A UE prepara uma resposta em duas etapas, uma primeira que entrará em vigor em meados de abril, em reação às taxas aplicadas ao alumínio e ao aço. Já a segunda rodada de resposta provavelmente estará pronta até ao final de abril para todos os produtos e serviços e esta sendo negociada entre países da UE. Mas também vamos atacar os serviços, por exemplo, os serviços digitais, que atualmente não são taxados e podem vir a ser”, indicou a porta-voz.

 

Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen  disse que a UE se manteria aberta a negociações, mas que partia para esse processo com uma posição de força e com muitas cartas. “Todos os instrumentos estão em cima da mesa”, assegurou von der Leyen, prometendo contramedidas firmes.

 

Enquanto isso, o anúncio das novas tarifas americanas sobre as exportações europeias já levou vários eurodeputados a exigir uma reação rápida da Comissão Europeia

 

Diversos líderes europeus também ameaçam visar serviços digitais norte-americanos, avaliado como o ‘tendão de Aquiles’ dos EUA na relação com a Europa e o bloco se prepara para pressionar Washington com ameaças sobre os gigantes tecnológicos norte-americanos.

 

 

Negociações com a Casa Branca

 

De acordo com o comissário europeu para o Comércio, Maros Sefcovic, a UE iniciará as negociações sobre as tarifas alfandegárias com os EUA já a partir de sexta-feira. “Amanhã falarei com os meus homólogos americanos. Atuaremos de uma forma calma, cuidadosamente faseada e unificada, enquanto calibramos a nossa resposta, dando tempo suficiente para as conversações. Mas não ficaremos de braços cruzados, caso não consigamos chegar a um acordo justo”, adiantou Sefcovic, acrescentando que a aplicação de “tarifas injustificadas” irá inevitavelmente trazer efeitos negativos ao próprio EUA.

Tags: macron | tarifas | eua | frança |

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