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GUERRA

Ministro de Israel dá ordem ao exército para anexar territórios em Gaza

Israel Katz afirmou que o governo de Israel está usando todos os meios de pressão militares e civis no enclave palestino

Publicado em: 21/03/2025 12:12 | Atualizado em: 21/03/2025 12:17

Ministro da Defesa israelense, Israel Katz (Foto: Ahmed GHARABLI/AFP
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Ministro da Defesa israelense, Israel Katz (Foto: Ahmed GHARABLI/AFP )
Nesta sexta-feira (21), o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, revelou que instruiu ao exército para que anexe mais territórios na Faixa de Gaza, avisando ainda que quanto mais o Hamas se recusar a libertar reféns, mais território será incorporado por Israel.

Katz afirmou que o governo de Israel está usando todos os meios de pressão militares e civis no enclave palestino, incluindo a retirada da população do sul de Gaza, como parte do plano de transferência “voluntária” proposto pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

Também hoje acontecem ataques contra as cidades de Rafah e Khan Yunis, ambas no sul de Gaza, e contra o campo de refugiados de Al-Bureij, no centro.

Por outro lado, o Hamas garantiu hoje que ainda está a analisar o plano do enviado especial norte- americano Steve Witkoff.

Catástrofe humanitária

A retomada da ofensiva aérea e terrestre israelense em Gaza na terça-feira após a quebra do acordo por parte de Tel Aviv matou pelo menos mais 43 pessoas e feriu outras 82 durante a última noite. Os ataques já tinham causado a morte de pelo menos 591 palestinos e ferido 1.042 nas últimas 72 horas. A porta-voz da UNICEF em Gaza, Rosalia Paulin, disse que pelo menos 200 crianças foram mortas nestes bombardeios.

Segundo o diretor do Hospital Indonésio, Marwan Sultan, o norte de Gaza teve uma noite difícil, acrescentando que anteriormente os militares já haviam destruído aparelhos de oxigênio e outros equipamentos necessários para o tratamento médico dos feridos. "Estamos enfrentando muitas dificuldades para responder às necessidades do enorme número de feridos. A situação em Gaza é catastrófica, e a região está a enfrentar um genocídio", denunciou Sultan.

O Crescente Vermelho Palestino, braço da Cruz Vermelha Internacional na região, relatou que menos de metade dos seus veículos de emergência estão inoperacionais por causa da escassez de combustível em Gaza, com a interrupção e o bloqueio da entrada de fornecimento de ajuda.

A Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, já exigiu em nome da UE o fim da incursão militar israelense no enclave palestino. "Israel tem de parar com as operações militares e voltar a deixar entrar apoio humanitário e eletricidade em Gaza", afirmou.

O coordenador humanitário da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA), Muhannad Hadi, apelou à restauração imediata do cessar-fogo. “Centenas de pessoas foram mortas na onda de ataques aéreos contra o enclave palestino. Isto é inaceitável. O cessar-fogo deve ser restabelecido imediatamente. O povo de Gaza está passando por um sofrimento inimaginável. O fim das hostilidades, a assistência humanitária sustentada, a libertação de reféns e a restauração dos serviços básicos e dos meios de subsistência da população são o único caminho a seguir", disse Hadi.

Também o Ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, declarou hoje no Parlamento britânico que o bloqueio da ajuda por parte de Israel é terrível e inaceitável assim como os ataques com mísseis uma terrível perda de vidas.
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