Após dois anos de guerra, o exército do Sudão anunciou nesta sexta-feira (21) ter recuperado o controle do palácio presidencial e de edifícios governamentais, inclusive o aeroporto internacional, tendo expulsado o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) do centro de Cartum, a capital do país.
“Nossas forças conseguiram esmagar as milícias terroristas no centro de Cartum, nos edifícios do Palácio da República, símbolo da soberania, do orgulho e da dignidade do povo sudanês, e nos edifícios dos ministérios. As nossas forças armadas destruíram completamente o pessoal e o equipamento do inimigo e apreenderam grandes quantidades das suas armas e equipamento. Continuaremos em todos os campos de batalha até alcançarmos a vitória completa e até que o nosso país fique limpo das milícias das RSF”, declarou o coronel Nabil Abdala, porta-voz do exército sudanês.
Nas últimas semanas, o exército sudanês lançou uma operação para reconquistar os bairros controlados pelas RSF na capital do país, após ter expulsado os paramilitares das principais vilas e cidades do centro leste e do centro sul do Sudão. Desde o início da guerra no Sudão, em abril de 2023, o palácio presidencial e os edifícios governamentais, no centro de Cartum, entre outros prédios importantes, incluindo o aeroporto internacional, assim como vários bairros estratégicos da capital, estavam sob domínio das RSF.
No entanto, as RSF, que ainda controlam algumas áreas no sul e oeste da capital, até agora não se pronunciaram sobre o comunicado do exército.
A guerra no Sudão começou em 15 de abril de 2023, depois do fracasso das negociações entre as RSF e o exército para integrar os paramilitares nas forças armadas. O conflito já causou milhares de mortos, com uma estimativa de 150 mil vitimas fatais, além de gerar a deslocação interna de mais de 12 milhões de pessoas e mais de três milhões das quais para os países vizinhos.
O Governo, controlado pelo Conselho Soberano, cujo presidente é o líder do exército, Abdelfatah al Burhan, também se mudou para Porto Sudão, uma cidade segura no leste do país que também abriga as embaixadas estrangeiras e as organizações internacionais.