FRANÇA
Cúpula em Paris decide não suspender sanções à Rússia e avalia reforçá-las
''Não podem ser levantadas as sanções antes que a paz seja alcançada'', disse o presidente da França, Emmanuel Macron na conferência de imprensaPublicado em: 27/03/2025 16:06
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Coligação visa manter a pressão econômica sobre Moscou (foto: THIBAULT CAMUS/POOL/AFP) |
Os líderes de 31 países se reuniram hoje em Paris para reforçar o apoio à Ucrânia e concordaram por unanimidade que este não é o momento de suspender as sanções à Rússia.
"Não podem ser levantadas as sanções antes que a paz seja alcançada", disse o presidente da França, Emmanuel Macron na conferência de imprensa após o encontro da coligação que visa manter a pressão econômica sobre Moscou, avançando que todos os parceiros permanecem mobilizados quanto a essa questão.
“Interromper as sanções da Rússia seria um erro grave. Devem ser mantidas e reforçadas. Não faz sentido acabar com as sanções antes de obter a paz, da qual ainda estamos muito longe disso, infelizmente", reiterou Olaf Scholz , chanceler da Alemanha, que acusou Moscou de estar sempre impondo condições ao que é discutido, o que significa que não está interessada numa paz real.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, indicou que é absolutamente claro para os líderes presentes na cúpula que a Rússia está tentando atrasar a paz e concordaram em dar mais apoio à Ucrânia para garantir que o país esteja na posição mais forte possível, tanto agora quanto em futuras negociações. "O que mais se destacou na reunião foi que muitos países estão contra a Rússia, como já estão há mais de três anos ao lado da Ucrânia, permanecendo assim neste momento crucial durante o tempo que for necessário. Não é hora para suspender as sanções. O que discutimos é como podemos aumentar as sanções para apoiar a iniciativa dos EUA, como forma de trazer a Rússia à mesa das negociações através de mais pressão deste grupo de países”, sublinhou Starmer.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky declarou ter ficado satisfeito pelo compromisso de não suspenderem nenhum tipo de sanção até que a Rússia pare a guerra. "São importantes mais pacotes de sanções", afirmou Zelensky, que enfatizou que todos os líderes que participaram do encontro entendem que a Rússia não quer, neste momento, qualquer tipo de paz.
Já o dirigente francês acrescentou que concorda com o papel do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de conduzir as negociações de paz, destacando que mantém um contato constante. "Para conseguirmos a paz devemos colocar a Ucrânia na melhor posição possível para negociar e garantir que essa paz seja sólida e duradoura", frisou, além de criticar o Kremlin por não assinar o cessar-fogo proposto e estar sempre colocando novas condições nas conversações.
O presidente da França anunciou também que vai coordenar os esforços dos aliados em conjunto com o primeiro-ministro britânico e uma das iniciativas é o envio de uma equipe de especialistas militares franceses e ingleses à Ucrânia, que vão ajudar a definir o futuro das forças armadas ucranianas. “Uma missão franco-britânica viajará para Kiev já nos próximos dias e começar a preparar o formato do exército ucraniano”, revelou.
Macron ainda adiantou que ficou decidido que haverá uma força de segurança europeia no território ucraniano em caso de paz, que será assegurada por diversos países aliados. Tendo apontado que espera o apoio da Casa Banca para o envio de uma força de paz europeia, mas admitiu um contexto sem Washington. Além de instar a China na condução à paz devido à influência que exerce sob Moscou.