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CONSELHO EUROPEU

Conselho Europeu deplora quebra de cessar-fogo em Gaza

Os líderes dos 27 Estados-membros pediram o regresso imediato do cessar-fogo no enclave palestino

Publicado em: 20/03/2025 20:36 | Atualizado em: 20/03/2025 21:07

Conselho Europeu  (foto: JOHN THYS/AFP)
Conselho Europeu (foto: JOHN THYS/AFP)
Na reunião dos líderes da União Europeia, o Conselho Europeu lamentou hoje a violação do cessar-fogo na Faixa de Gaza, lastimando o grande número de vítimas nos recentes ataques de Israel. “O Conselho Europeu deplora a quebra do cessar-fogo em Gaza, que causou um grande número de vítimas nos recentes bombardeios e rejeita por parte do Hamas não entregar os reféns restantes", diz o comunicado.

Os líderes dos 27 Estados-membros pediram o regresso imediato do cessar-fogo no enclave palestino, que estava em vigor desde 19 de janeiro, e que permitiu o acesso de ajuda humanitária à população. “O acesso deste apoio humanitário e a distribuição, assim como o fornecimento de eletricidade, incluindo de estruturas de dessalinização de água, tem de ser retomado imediatamente", defendeu o Conselho Europeu.

Os líderes reiteraram à posição comunitária de apoio a criação de dois Estados para resolver o conflito Israel-Palestina.

Por sua vez, a Anistia Internacional criticou a ausência de qualquer referência a Israel nas conclusões do Conselho Europeu sobre as violações no cessar-fogo em Gaza, quebrado por Tel Aviv, considerando se tratar de uma “tentativa vergonhosa” de justificar um genocídio.

Já o representante da Palestina nas Nações Unidas condenou uma desprezível dualidade de critérios em que Israel tem o direito de matar e deslocar palestinos, enquanto o povo de Gaza tem apenas o direito de morrer e desaparecer. 
 
“Nos últimos dias, se confirmou mais cinco mortes de funcionários da UNRWA, elevando o número total de mortos para 284. Eram professores, médicos e enfermeiros servindo os mais vulneráveis”, informou Philippe Lazzarini, Comissário-Geral da Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).
 
O governo de Israel se pronunciou sobre a morte em Gaza, durante uma explosão nas instalações da ONU, de um membro de nacionalidade búlgara da equipe do Escritório das Nações Unidas para Serviços de Projetos (UNOPS). Israel negou a autoria e indicou que investiga o caso.  

Em contrapartida, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou que o presidente dos EUA, Donald Trump, apoia totalmente Israel, o exército israelense e as ações tomadas nos últimos dias em Gaza.

Somente nesta quinta-feira, em Gaza, pelo menos 110 palestinos morreram devido aos bombardeios aéreos das forças de Israel. Nas últimas 72 horas foram lançados fortes ataques no enclave, tendo já matado aproximadamente 591 palestinos e ferido 1042 nesse espaço de tempo.

O braço armado do Hamas, por outro lado, reivindicou um ataque nesta manhã contra Tel Aviv, afirmando que os disparos surgiram em resposta aos “massacres sionistas contra civis” no enclave. Mas, o grupo também anunciou que ainda estão em curso negociações com os mediadores para deter a ofensiva israelense e pressionar Israel a cumprir o acordo assinado. O Egito e o Catar, mediadores das negociações entre as duas partes, defendem a necessidade de intensificar os esforços conjuntos para implementar as três fases do acordo de cessar-fogo em Gaza.

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