UE reitera apoio a Zelensky como presidente legítimo da Ucrânia
A Comissão Europeia se pronunciou e afirmou que a Ucrânia é uma democracia e que Zelensky é um líder eleito de forma justa
Publicado: 21/02/2025 às 12:21

/Foto: Tetiana DZHAFAROVA / POOL / AFP
A União Europeia reafirmou seu apoio a Zelensky e a legitimidade como presidente do país, apos o líder dos EUA, Donald Trump, o ter chamado de "ditador" e criticado não terem sido realizadas eleições no ano passado, quando o seu mandato expirou. Apesar de a Ucrânia estar sujeita à lei marcial e a Constituição do país impedir a realização de eleições nestas circunstâncias.
Os comentários de Trump, em sua na rede social Truth Social, surgiram depois de Zelensky ter dito que Trump vivia numa bolha de desinformação russa. O presidente norte-americano ainda citou que Zelensky deveria agir rapidamente para negociar o fim da guerra de três anos ou se arriscava a não ter uma nação para liderar.
A Comissão Europeia se pronunciou e afirmou que a Ucrânia é uma democracia e que Zelensky é um líder eleito de forma justa. "Temos uma posição muito direta e clara sobre este assunto: o presidente Zelensky foi legitimamente eleito em eleições livres, justas e democráticas", declarou Stefan de Keersmaecker, porta-voz da CE, acrescentando que não é possível acabar com a guerra sem envolver a Ucrânia e a Europa nas negociações.
"A segurança da Ucrânia é a segurança da União Europeia", apontou Keersmaecker.
O primeiro-ministro britânico Keir Starmer também expressou o seu apoio a Zelensky como líder democraticamente eleito da Ucrânia. “É perfeitamente razoável suspender as eleições em tempo de guerra, como o Reino Unido fez durante a Segunda Guerra Mundial”, indicou, reforçando que conversou com Zelensky e que todos têm de trabalhar em conjunto.
O presidente da França, Emmanuel Macron, disse que a Ucrânia deve ser sempre incluída e os seus direitos respeitados. Macron e Starmer deverão viajar no início da próxima semana para Washington e se encontrar com Trump para discutir os esforços para pôr fim à guerra na Ucrânia.
Por sua vez, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) elogiou a liderança de Kiev durante a guerra. "Só posso dizer que tenho o maior respeito pelo que a Ucrânia está fazendo e a suportando. Desde o primeiro dia, lutaram onde Putin pensaria que, em três ou quatro dias, teriam de ceder e não o fizeram. Lutaram e conseguiram recuperar grande parte do país que Putin conseguiu conquistar em fevereiro de 2022", avaliou Mark Rutte.
Enquanto isso, após a reunião em Kiev entre Zelensky e o general norte-americano Keith Kellogg, enviado de Trump para a Ucrânia, a esperada conferência de imprensa sobre a divulgação do teor da conversa, foi cancelada a pedido da delegação norte-americana, de acordo com as autoridades de Kiev.
A delegação dos EUA não fez qualquer comentário sobre o motivo do cancelamento.