ONU estima que reconstrução de Gaza deve custar cerca de US$ 53 bilhões

De acordo com uma estimativa divulgada hoje pela Organização das Nações Unidas (ONU), a recuperação e reconstrução da Faixa de Gaza, devastada por mais de um ano de guerra, exigirão mais de 53 bilhões de dólares

Sendo que somente para os primeiros três anos serão necessários 20 bilhões de dólares. "As somas necessárias para a recuperação e reconstrução a curto, médio e longo prazo na Faixa de Gaza estão estimadas em 53,142 bilhões de dólares", indicou o secretário-geral da ONU, António Guterres, no relatório encomendado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas

Numa resolução aprovada em dezembro, que apelava a um cessar-fogo imediato e incondicional em Gaza, a Assembleia-Geral da ONU solicitou a Guterres que apresentasse, no prazo de dois meses, uma avaliação das necessidades do enclave palestino a curto, médio e longo prazo.

"Apesar de não ter sido possível, no contexto atual, avaliar completamente todas as necessidades que serão exigidas na Faixa de Gaza, a rápida avaliação provisória dá uma primeira indicação da escala considerável das necessidades de recuperação e reconstrução no território", aponta o documento.

Segundo o relatório, com mais de 60% das casas destruídas desde outubro de 2023, mês do início do conflito, somente o setor da habitação exigirá cerca de 30% das necessidades de reconstrução. O orçamento provisório dos custos envolvem comércio, indústria, saúde, agricultura, proteção social,  transportes,  água e o saneamento, e educação.

O relatório ainda assinalou os custos elevados previstos para os setores ambientais devido à grande quantidade de escombros que contêm munições não deflagradas e ao elevado custo associado à limpeza dos escombros. A ONU também estimou que o conflito gerou mais de 50 milhões de toneladas de detritos, incluindo restos humanos, engenhos por explodir, amianto e outras substâncias perigosas.

“Qualquer esforço viável de recuperação e reconstrução deve estar firmemente ancorado num quadro político e de segurança mais amplo, com Gaza como parte integrante de um Estado palestino totalmente independente, democrático, contíguo, viável e soberano. É essencial que a Autoridade Palestina seja um ator central no planejamento e na implementação das atividades de recuperação e reconstrução na Faixa de Gaza", destacou Guterres.