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Faixa de Gaza

Hamas diz que não permitirá expulsão dos habitantes de Gaza

Hamas afirmou hoje que não irá permitir a concretização dos planos anunciados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

Publicado: 05/02/2025 às 12:23

/Foto: Omar AL-QATTAA / AFP

/Foto: Omar AL-QATTAA / AFP

O Hamas afirmou hoje que não irá permitir a concretização dos planos anunciados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de querer que os habitantes da Faixa de Gaza sejam deslocados e instalados em outros locais.
 
“Rejeitamos as declarações de Trump, que disse que os moradores da Faixa de Gaza não têm outra escolha a não ser sair, e as consideramos uma receita para criar caos e tensão na região", reagiu Sami Abu Zuhri, um alto dirigente do Hamas.

Trump disse na terça-feira, após uma reunião com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca, que quer que os EUA assumam o controle em Gaza e reconstruam o território, após todos os palestinos da região serem enviados permanentemente para outros países, sobretudo o Egito e a Jordânia. Trump ainda não excluiu a possibilidade de enviar tropas norte-americanas para apoiar a reconstrução de Gaza e considera que a participação dos EUA será de longo prazo.

Apesar de dizer que "aquele lugar é um inferno, é muito perigoso e ninguém pode viver lá", o líder dos EUA depois também sugeriu converter o enclave na nova Riviera do Oriente Médio. "Isto pode ser magnífico", disse Trump, que acrescentou que o acordo para normalizar as relações entre a Arábia Saudita e Israel vai acontecer.

Além disso, a maioria dos líderes mundiais rejeitou a proposta de retirar os palestinos de Gaza.

Já a Autoridade Nacional Palestina (ANP) disse que não consentirá que os direitos dos habitantes de Gaza sejam infringidos. “Não permitiremos que os direitos do nosso povo, pelos quais lutamos durante décadas e fizemos grandes sacrifícios para alcançá-los, sejam violados. O povo palestino não renunciará às suas terras, direitos e locais sagrados Qualquer tomada de controle por parte dos EUA seria uma grave violação do direito internacional”, indicou Mahmoud Abbas, presidente da ANP.

Abbas reiterou o seu apoio a uma solução de dois Estados e saudou a Arábia Saudita, que já recusou o plano de Trump e reafirmou o seu apoio “inabalável” a um Estado palestino.

Enquanto isso, o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, de extrema-direita, elogiou o plano apresentado por Trump. “Vamos trabalhar para enterrar definitivamente a perigosa ideia de um Estado palestino”, garantiu Smotrich.

ONU reafirma que transferência forçada de território ocupado é proibida

O Gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas alertou que qualquer transferência ou deportação forçada de pessoas de território ocupado constituiria uma violação do direito internacional.

 “É crucial que avancemos para a próxima fase do cessar-fogo, para libertar todos os reféns e prisioneiros detidos arbitrariamente, acabar com a guerra e reconstruir Gaza, com total respeito pelo direito internacional humanitário e pelo direito internacional dos direitos humanos. Qualquer transferência forçada ou deportação de pessoas de território ocupado é estritamente proibida”, diz o comunicado do Gabinete.
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