Governo de Israel discute segunda fase do cessar-fogo em Gaza

O gabinete de segurança de Israel anunciou que se reúne hoje para avaliar e discutir a segunda fase do cessar-fogo entre o país e o Hamas na Faixa de Gaza, após as conversações entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o enviado dos EUA parra o Oriente Médio, Steve Witkof.

Mas, ainda persiste a tensão e o descontentamento entre os membros do gabinete de guerra em relação à manutenção do cessar-fogo em Gaza. Fontes israelenses, sob anonimato, relatam que não existe consenso.

A rádio estatal israelense divulgou que altos funcionários da defesa e vários ministros disseram que Netanyahu se recusou também a aprovar a entrega de casas pré-fabricadas para Gaza. Uma vez que o acordo prevê o envio de pelo menos 60 mil casas móveis, além de cerca de 200 mil tendas e outros equipamentos para fornecer abrigos temporários na primeira fase do acordo, o que não foi cumprido.

Enquanto isso, Witkoff disse que as negociações para a segunda fase da trégua em Gaza serão retomadas esta semana num local a determinar, depois do recente encontro que teve com Netanyahu, o primeiro-ministro do Catar e o chefe dos serviços secretos do Egito. Segundo o enviado norte-americano as conversas foram produtivas e construtivas.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, também visitou Israel no fim de semana, numa tentativa de fazer alguns progressos para a aplicação da segunda fase do acordo e deverá se reunir hoje com Netanyahu. No entanto, há várias indicações de que o líder israelense se opõe a uma segunda fase do acordo.

Segundo a mídia de Israel, Netanyahu quer prolongar de algum modo à primeira fase do acordo, e continuar com a libertação dos reféns, sem ter de se comprometer com as cláusulas previstas na segunda fase.

Por outro lado, o Hamas já acusa Tel Aviv de adiar as negociações para segunda fase do cessar-fogo. “O que posso dizer com certeza é que as negociações não começaram até agora. Esta é uma violação muito grave que mostra as más intenções de Israel em relação ao futuro do acordo”, disse Basem Naim, alto membro do braço político do Hamas.

Os dados do Ministério da Saúde de Gaza atualizaram o número de palestinos mortos no conflito, que atingiu 48.271.