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Trump culpa políticas de diversidade por acidente aéreo em Washington

Para Trump, programas de diversidade promovidos por seus antecessores democratas influenciaram no acidente aéreo que fatalizou 67 pessoas

Publicado: 31/01/2025 às 09:29

/Foto: ROBERTO SCHMIDT/AFP

(Foto: ROBERTO SCHMIDT/AFP)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou, nesta quinta-feira (30), os programas de diversidade promovidos por seus antecessores democratas, Barack Obama e Joe Biden, de terem influenciado no acidente aéreo em Washington, no qual morreram 67 pessoas.

"Falo a vocês esta manhã em uma hora de angústia para a nossa nação", disse Trump na Casa Branca. Passou-se de uma operação de resgate "para uma missão de recuperação" de corpos porque "tristemente não há sobreviventes", acrescentou.

Sessenta e quatro pessoas viajavam no avião civil que colidiu com um helicóptero do Exército, com três militares a bordo, na noite de quarta-feira sobre o rio Potomac.

O republicano prometeu uma investigação exaustiva para esclarecer as causas do ocorrido, mas criticou Obama e Biden, os acusando de terem instaurado padrões de segurança baixos.

"Eu ponho a segurança em primeiro lugar. Obama, Biden e os democratas puseram a política em primeiro lugar", disse.

"De fato, saíram com uma diretiva: 'Branco demais'. E nós queremos as pessoas que são competentes", acrescentou o republicano, ao criticar os programas de promoção da diversidade do governo e, mais concretamente, a Agência Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês).

Perguntado se culpava diretamente os controladores de voo e os programas de diversidade pela catástrofe, Trump admitiu que "não sabia", mas que "podia ser".

Ele afirmou, no entanto, que a trajetória do helicóptero militar era "incrivelmente ruim".

O ex-secretário de Transportes dos Estados Unidos, Pete Buttigieg, qualificou de "desprezíveis" as palavras de Trump e o acusou de "demitir e suspender parte do pessoal-chave que ajudou a manter" a segurança aérea, em alusão à onda de demissões adotada pelo republicano desde que assumiu o mandato.

Caixas-pretas
 
Com 67 mortos, o acidente é a pior catástrofe aérea dos Estados Unidos desde que um avião da American Airlines caiu logo após a decolagem do aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, em novembro de 2001.

As duas caixas-pretas do avião de passageiros foram encontradas e serão analisadas pela Junta Nacional de Segurança no Transporte, responsável pela investigação, informaram fontes anônimas às emissoras CBS News e ABC News.

Mergulhadores tiraram corpos das águas geladas do rio Potomac, em Washington.

Os destroços das duas aeronaves estão emergindo das águas e barcos de resgate e equipes de mergulhadores vasculham a área.

Até a noite de quinta-feira, mais de 40 corpos haviam sido resgatados, segundo a imprensa americana.

A FAA informou que o avião era um Bombardier, operado por uma subsidiária da American Airlines. Segundo a companhia aérea, a aeronave voava de Wichita, no Kansas, rumo ao aeroporto Ronald Reagan, na capital americana.

O helicóptero fazia um "voo de treinamento", informou um porta-voz militar.

O secretário da Defesa, Pete Hewseth, explicou que o helicóptero Black Hawk tinha "uma tripulação bastante experiente, que estava fazendo uma avaliação noturna anual obrigatória". "Usavam óculos de visão noturna", acrescentou.

Em um áudio do serviço do tráfego aéreo é possível ouvir os controladores perguntando reiteradamente à tripulação do helicóptero se tinha "à vista" o avião de passageiros e, momentos antes da colisão, dizendo que "passasse por trás" do avião.

"Acabo de ver uma bola de fogo e desapareceu", disse um controlador para outro depois de a comunicação com o helicóptero ser interrompida.

Com a temperatura das águas em torno dos 2 °C, as possibilidades de sobrevivência no rio eram muito escassas, segundo especialistas.

O casal de patinadores artísticos russos Evgenia Shishkova e Vadim Naumov, campeões mundiais em 1994, estavam a bordo do avião, junto com outras personalidades do mundo da patinação.

Ari Schulman, uma testemunha que viu o acidente enquanto dirigia para sua casa, viu "um jato de faíscas" e algo parecido a fogos de artifício quando ocorreu a colisão.

"A princípio, vi o avião e parecia estar bem, normal. Estava prestes a aterrissar", disse à CNN.

"Então, três segundos depois, se inclinou completamente para a direita [...] Pude ver sua parte inferior, estava iluminada por um amarelo muito brilhante e havia um jato de faíscas embaixo dele", acrescentou.

 'Absolutamente' evitável 
 
O secretário de Transportes, Sean Duffy, avaliou que a colisão era "absolutamente" evitável.

O espaço aéreo em torno de Washington costuma ser movimentado dia e noite, com aviões voando a baixa altitude para aterrissar no aeroporto Ronald Reagan e helicópteros militares ou civis transportando políticos de alto escalão.

O mesmo aeroporto foi cenário de um acidente fatal em 1982, quando o voo 90 da Air Florida, um Boeing 737, caiu após a decolagem, se chocou com uma ponte e mergulhou no rio Potomac, deixando 78 mortos.
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