GUERRA
Nas últimas 24 horas morreram quase 60 pessoas em Gaza
Na noite de domingo (22), as forças de Israel ordenaram a evacuação e o fechamento de um dos últimos hospitais
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 23/12/2024 13:48
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Israel afirma que a operação em curso tem como alvos militantes do Hamas (Crédito: BASHAR TALEB / AFP) |
Nas últimas 24 horas na Faixa de Gaza, morreu pelo menos 58 pessoas após intensos ataques israelenses a dois campos de refugiados e uma escola que servia de abrigo a civis, em Al-Mawasi, na chamada "zona segura". Além de ter sido registrado 86 novos feridos.
Na manhã desta segunda-feira (23) relatos locais também dizem que bombardeios israelenses ao campo de refugiados de al-Nuseirat, no centro de Gaza, causou quatro mortes em um abrigo para civis deslocados dentro do campo de refugiados. . “A grande maioria da população deslocada é constituída por civis, sobretudo mulheres e crianças. São também eles que constituem a maioria das vítimas que chegam aos hospitais”, noticiou a TV Al Jazeera.
Na noite de domingo, as forças de Israel também ordenaram a evacuação e o fechamento de um dos últimos hospitais ainda em funcionamento precário no norte de Gaza. Os profissionais de saúde estão agora tentando buscar formas de transportar centenas de pacientes e funcionários em segurança para outros locais, em meio a fortes bombardeios.
Husam Abu Safiya, chefe do hospital Kamal Adwan, argumentou ser praticamente impossível cumprir a ordem de evacuação, uma vez que não há ambulâncias suficientes para remover os doentes.
“Temos neste momento quase 400 civis dentro do hospital, incluindo bebês na unidade neonatal cujas vidas dependem de oxigênio e incubadoras. Não podemos retirar estes pacientes de forma segura sem assistência, equipamento e tempo. Nos ordenaram ainda que fossem levados para outro hospital que se encontra em condições ainda piores, superlotado, com camas espalhadas pelos corredores”, explicou.
De acordo com Safiya, o hospital ainda está sob intensa ofensiva aos tanques de combustível que, se forem atingidos, causarão uma grande explosão e mortes em massa dos civis nas instalações.
Enquanto isso, na sexta-feira (20), o exercito israelense informou ter enviado combustível e comida para o hospital e ajudado a retirar mais de 100 pacientes e cuidadores, levando-os para outros hospitais de Gaza, em coordenação com a Cruz Vermelha. O norte de Gaza enfrenta há quase três meses uma intensa pressão militar de Israel.
O Ministério da Saúde de Gaza advertiu que os três principais hospitais da região norte, entre os quais se encontra o hospital Kamal Adwan, quase não funcionam e têm sido alvo de repetidos ataques desde que Israel enviou tanques para Beit Lahiya e para as cidades vizinhas de Beit Hanoun e Jabalia, em outubro.
Israel afirma que a operação em curso tem como alvos militantes do Hamas. Por outro lado, os palestinos acusam os militares israelenses visarem despovoar permanentemente a área para criar uma zona tampão.
No mais recente balanço das autoridades médicas de Gaza aponta que já morreram 45.317, além de 107.713 pessoas que ficaram feridas.
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