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ISRAEL
Em julgamento por corrupção e fraude, Netanyahu nega as acusações
O premiê israelense enfrenta acusações de suborno, fraude e quebra de confiança que ocorreram entre 2007 e 2017
Publicado: 10/12/2024 às 12:00

Primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu chega ao tribunal distrital de Tel Aviv para sua audiência sobre acusações de corrupção/Foto: MENAHEM KAHANA/POOL/AFP
Nesta terça-feira (10), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou no Tribunal Distrital de Tel Aviv, onde é julgado por fraude e corrupção em três processos, que todas as acusações que enfrenta são absurdas.
"Esta é a oportunidade de dissipar as acusações contra mim. Há um grande absurdo nas acusações e uma grande injustiça. Isso é uma mentira total. Eu trabalho 17 ou 18 horas por dia. Toda a gente que me conhece sabe disso", disse Netanyahu.
O premiê israelense enfrenta acusações de suborno, fraude e quebra de confiança que ocorreram entre 2007 e 2017, que polariza a sociedade israelense. Ele foi indiciado em 2019 pelos crimes por ter recebido presentes caros do empresário Arnon Milchan, entre 2007 e 2016, em troca de favores relacionados com interesses comerciais e obtenção de vistos. Além disso, é acusado de crimes de acordos com magnatas das telecomunicações em troca de uma cobertura midiática favorável à sua imagem.
Netanyahu afirmou que esperou anos para dizer a verdade e que os presentes luxuosos, como charutos e champanhe, que alegadamente recebeu de Milchan, se defendeu explicando que detesta champanhe e não pode beber. “Por vezes me sento com um charuto, mas não posso fumá-los todos de uma vez porque o faço entre reuniões", acrescentou.
O primeiro-ministro também mencionou que teve de enfrentar questões nacionais críticas e lidar com uma cobertura ‘terrível’ da imprensa e com alegações de corrupção, e que sua mulher, Sara, ainda é alvo de uma horrível difamação. "Estou ocupado com assuntos de importância mundial, tratando de questões de segurança e em reuniões com oficiais militares", argumentou.
Já a defesa de Netanyahu pediu várias vezes, mas sem sucesso, a redução dos três comparecimentos semanais de seis horas cada.
O julgamento é um marco na história de Israel, pois é a primeira vez que um primeiro-ministro exercício depõe como acusado em um processo penal. Uma vez que em casos anteriores, os seus antecessores renunciaram antes de serem acusados.
Em frente ao tribunal, centenas de manifestantes protestaram contra a política de Netanyahu, exigindo justiça, além de pedirem que o governo traga de volta os reféns que estão na Faixa de Gaza.