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SÍRIA

Autoridades alemãs e francesas estão na Síria para conversações com governo de transição

O novo poder instalado em Damasco nomeou o político Mohammed al-Bashir como primeiro-ministro interino do Governo sírio de transição

Publicado em: 17/12/2024 15:22 | Atualizado em: 17/12/2024 15:45

Novo governo vai durar até março de 2025 (foto: AFP)
Novo governo vai durar até março de 2025 (foto: AFP)

O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha comunicou que diplomatas alemães  terão as primeiras conversações em Damasco hoje com representantes do Governo de transição criado pelo grupo Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham -HTS), que derrubou o ditador sírio Bashar al-Assad.

 

"Haverá conversações sobre um processo de transição inclusivo na Síria e a proteção das minorias. As possibilidades de uma presença diplomática em Damasco também serão exploradas", disse um porta-voz do ministério alemão.

 

O novo poder instalado em Damasco nomeou o político Mohammed al-Bashir como primeiro-ministro interino do Governo sírio de transição, que vai durar até março de 2025.

 

Além disso, uma delegação da França, sob o comando do enviado especial para a Síria, Jean-François Guillaume, também já chegou à capital do país e visitou as instalações da embaixada francesa. "A França está se preparando para estar ao lado dos sírios durante o período de transição, afirmou Guillaume.

 

A bandeira francesa foi ainda hasteada hoje na embaixada, que estava fechada desde 2012.  “Viemos estabelecer contatos com as autoridades de fato em Damasco”, disse a delegação da França.

 

As chancelarias ocidentais estão tomando medidas para instituir contato com o governo de transição na Síria. A União Europeia anunciou o envio de um representante do bloco a Damasco e também o Reino Unido designou uma delegação oficial a Síria.

 

Em contrapartida, o Irã mencionou que não reabrirá imediatamente a sua embaixada na Síria, depois do saque da sua representação em Damasco durante a queda de Assad. "A reabertura da embaixada em Damasco exige preparativos. Vamos dar continuidade a este trabalho assim que estiverem reunidas as condições necessárias em termos de segurança. O mais importante é garantir a segurança da embaixada e do seu pessoal", disse Esmaïl Baghaï, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano.

 

Desde a queda do regime de Assad, o governo de Teerã, que apoiou incondicionalmente o ex-presidente sírio, repatriou cerca de 4 mil cidadãos. De acordo com dados oficiais, cerca de 10 mil iranianos viveram na Síria nos últimos anos.

 

O HTS liderou a ofensiva relâmpago de 12 dias que derrocou Assad, no poder há 24 anos, e tomou a capital Damasco no dia 8 de dezembro. Após 50 anos de domínio absoluto da família Assad, as novas autoridades procuraram tranquilizar a comunidade internacional, restabelecendo progressivamente contatos com os seus dirigentes.

 

No entanto, a mudança de poder permanece lançando várias interrogações sobre o futuro deste país devastado e fraturado por 13 anos de guerra civil, que matou mais de 500 mil pessoas, com um conflito que ganhou ao longo dos anos uma ampla complexidade, tendo o envolvimento direto de países estrangeiros e de grupos jihadistas.


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