Aeroporto do Iêmen é atacado na hora que diretor da OMS estava no local
O governo de Tel Aviv ordenou a ofensiva de hoje na costa ocidental e no interior do Iêmen, em resposta ao lançamento de mísseis lançados pelo grupo rebelde Houthis contra território israelense.
Publicado: 26/12/2024 às 18:04

/AFP PHOTO / HO / AL-MASIRAH TV
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, estava nesta quinta-feira no aeroporto internacional de Sana, capital do Iêmen, quando este foi alvo de ataques aéreos israelenses.
"Quando estávamos prestes a embarcar no nosso vôo a partir de Sana, há cerca de duas horas, o aeroporto foi alvo de bombardeios. Um dos membros da tripulação do nosso avião ficou ferido. Pelo menos duas pessoas foram dadas como mortas no aeroporto. A torre de controle do tráfego aéreo, a sala de embarque, a poucos metros do local onde nos encontrávamos, e a pista foram danificados. Eu e os meus colegas da ONU e da OMS estamos a salvo. As nossas sinceras condolências às famílias cujos entes queridos perderam a vida no ataque", relatou na rede social X.
Tedros acrescentou que ele e a equipe vão agora ter de aguardar para que os danos no aeroporto sejam reparados.
O governo de Tel Aviv ordenou a ofensiva de hoje na costa ocidental e no interior do Iêmen, em resposta ao lançamento de mísseis lançados pelo grupo rebelde Houthis contra território israelense. Segundo a força aérea de Israel, o ataque se baseou em informações dos serviços secretos contra as infraestruturas controladas pelos Houthis, como o aeroporto de Sana, as centrais elétricas de Hezyaz e Ras Kanatib e outras posições no porto de Hodeida, Salif e Ras Kanatib, na costa oeste.
“Os alvos estavam a ser utilizados pelos Houthis para contrabandear armas iranianas para a região e como porta de entrada para altos funcionários do regime iraniano”, adiantou ma fonte militar israelense.
O exército de Israel acusou o grupo armado iemenita de depender do financiamento de Teerã e de agir como agente da República Islâmica, atacando navios internacionais no Mar Arábico, no Mar Vermelho e no Estreito de Bab al-Mandab, para desestabilizar a região.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, já ameaçou dar aos rebeldes iemenitas Houthis "a mesma lição" aplicada a outros aliados do Irã, como o grupo xiita Hezbollah no Líbano, o Hamas em Gaza ou o deposto regime da Síria.