Soldados da ONU no Líbano são atingidos por ataque de Israel

UNIFIL acusou as tropas de Israel de terem disparado deliberadamente contra as câmeras de segurança da ONU (Crédito: AFP)

A missão das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) em Naqoura, no sul do Líbano, comunicou que dois soldados da paz foram feridos após um ataque israelense que atingiu à sua base na região. Os dois militares da missão estão hospitalizados e a UNIFIL ainda acusou as tropas de Israel de terem disparado deliberadamente contra as câmaras de segurança da ONU, o que acabou por destruí-las e desativá-las.

A UNIFIL também afirma que o seu quartel-general e as diversas posições de seus soldados no sul do Líbano são repetidamente atingidos pelas ofensivas entre Israel e o Hezbollah.

As tropas israelenses atacaram três postos da missão das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) durante um período de 24 horas. Na quarta-feira, um tanque israelita disparou contra uma torre de vigia na base da UNIFIL em Naqoura.

O governo francês declarou que aguarda esclarecimentos de Israel apos tropas de manutenção de paz da ONU terem sofrido ataques no Líbano. 

 "A França expressa a sua profunda preocupação após os disparos israelenses que atingiram a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) e condena qualquer ataque à segurança da UNIFIL. Aguardamos explicações das autoridades israelitas. A proteção das forças de manutenção da paz é uma obrigação que se aplica a todas partes num conflito", anunciou o Ministério das Relações Exteriores francês.

O ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, também condenou os ataques israelitas contra os postos da missão das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), no sul do Líbano. “Os disparos contra as bases da UNIFIL são totalmente inaceitáveis e desrespeitam o direito internacional”, denunciou Crosetto.

Mas, o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, sugeriu hoje que as forças de paz da organização no Líbano, a UNIFIL se desloque da região. "A nossa recomendação é que a UNIFIL se desloque cinco quilômetros para norte, a fim de evitar o perigo de intensificação dos combates e enquanto a situação ao longo da Linha Azul se mantiver volátil em resultado da agressão do Hezbollah", disse.

"Israel não quer estar no Líbano, mas fará o que for necessário para afastar o Hezbollah da sua fronteira norte, para que 70 mil residentes do norte de Israel possam regressar a casa”, acrescentou o embaixador.

Enquanto isso, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, assegurou que conversas entre os países se intensificaram antes da reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas em busca de alcançar um cessar-fogo no Líbano. “Estão em curso contatos entre os Estados Unidos e França com o objetivo de reavivar uma declaração de cessar-fogo por um período específico, a fim de retomar a procura de soluções políticas”, adiantou Mikati.